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Fiscal ofendido no Rio: “Agressões não me atingem. Estou ali para proteger”

Flávio Graça é mestre e doutor pela UFRRJ e ouviu uma mulher dizer que o marido dela “engenheiro civil, formado” é melhor que ele

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Flávio Graça fiscal da Vigilância
1 de 1 Flávio Graça fiscal da Vigilância - Foto: Reprodução

O fiscal da Vigilância Sanitário do Rio de Janeiro, flagrado em vídeo sofrendo agressões verbais na noite do último sábado (4/7) por frequentadores de um estabelecimento na capital do estado, se chama Flávio Graça. Ele falou ao jornal Extra que “a atitude deles (as pessoas que o insultaram) manchou a imagem do carioca e dos estabelecimentos do Rio”.

“Naquele dia, nós encontramos uma grande aglomeração no estabelecimento. Eu sempre registro a ação com um celular, para dar legitimidade. Quando eu passei a gravar, as pessoas começaram a se levantar. Não só aquela moça, mas outro rapaz. Eles vieram e disseram que eu não tinha direito de gravá-los e pediram direito à imagem. Logo em seguida, falaram que iriam anotar meu nome”, relatou.

“Posteriormente, começaram a falar palavrões, todos muito agressivos. Aquelas agressões não me atingiram, porque ali estou representando o estado para proteger a vida deles. Mas quando um deles chegou com o celular perto do nariz do repórter e [dizendo que] iria agredi-lo, eu disse que, se ele encostasse no jornalista, eu iria dar voz de prisão e iria levá-lo para a delegacia”, contou o fiscal.

Flávio é mestre e doutor pela Universidade Federal Rural do Rio (UFRRJ) e ouviu da mulher que aparece no vídeo que o seu marido era “engenheiro civil, formado e melhor que você”. O fiscal relatou que outro homem, identificado como advogado do estabelecimento alvo da inspeção naquele dia, tentou interromper a ação dos agentes. Mas não conseguiu.

“Um rapaz apareceu e afirmou que era um dos advogados (do espaço), tentando nos intimidar, e disse que era para parar a inspeção. Eu disse que não iríamos parar de fiscalizar. Então, ele foi aos PMs que nos ajudavam e pediu para me levarem para a delegacia. Naquele instante, ele se apresentou como delegado. Os militares disseram que a Vigilância Sanitária não estava fazendo nada de errado e só estava cumprindo a legislação”, lembrou Flávio.

Ao responder se ficou ofendido com as palavras proferidas a ele, o fiscal desabafou: “Não cabe mais no Brasil o ‘Você sabe com quem está falando?’. Isso está ficando cada vez mais banido. Todo cidadão contribui com seus impostos para justamente nós o protegermos. Esse foi o princípio da cidadania que eles não exercem.”

O órgão da Vigilância Sanitária tem feito uma capacitação dos fiscais para que eles estejam preparados para receber provocações. “Temos encontrado, principalmente nos últimos dias, pessoas que não estão entendendo o nosso papel. Estamos ali para defendê-las. Mas infelizmente, no Brasil, a gente não tem a cultura da prevenção. Muitos não gostam da fiscalização e se sentem agredidos. E muitas vezes vão contra nós”, contou Flávio.

132 multas em 4 dias

As inspeções que começaram na última quinta-feira (2/7) e seguem sendo feitas, abordaram 180 estabelecimentos, até o esse domingo (5/7) e 132 foram multados. Do total, 108 foram bares e restaurantes. Cinco foram fechados, e 56 multas foram aplicadas por falta de higiene, funcionamento irregular e aglomeração.

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