A pesquisa, que tem duração de um ano e seis meses, pretende contribuir para a definição de diretrizes em relação à imunização para essas faixas etárias. Além das duas instituições, a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e as secretarias municipais de Saúde de Belo Horizonte e Serrana também colaboram com o projeto.
“Já conhecemos a efetividade e a segurança dessas vacinas. O estudo permitirá o detalhamento sobre a resposta imunológica protetora que é gerada pela vacina e como essa resposta permanece ao longo do tempo. Para isso, através de exames de sangue, analisamos os níveis de anticorpos totais e anticorpos neutralizantes, aqueles capazes de efetivamente neutralizar o coronavírus, incluindo as variantes de preocupação em circulação”, explica a pesquisadora Rafaella Fortini, coordenadora da análise, ao Metrópoles.
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty
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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
Igo Estrela/ Metrópoles
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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Aline Massuca/Metrópoles
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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
ER Productions Limited/ Getty Images
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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina
HUGO BARRETO/ Metrópoles
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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória
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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar
Divulgação/ Saúde Goiânia
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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável
Hugo Barreto/ Metrópoles
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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina
Aline Massuca/ Metrópoles
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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave
Igo Estrela/Metrópoles
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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças
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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros
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Criança vacinada
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Um estudo divulgado pelo Butantan em janeiro mostra que não houve relatos de efeitos adversos graves entre as 4 mil crianças entre 6 e 35 meses de idade que participaram da pesquisa
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O Instituto Butantan, responsável pela fabricação da vacina Coronavac em território nacional, deve enviar à Anvisa mais dados sobre a faixa etária de 3 a 5 anos para ampliar a quantidade de pessoas a serem imunizadas pela fórmula
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Enquanto as vacinas não são aprovadas para crianças menores, pesquisas científicas já apontaram que lactantes vacinadas passam anticorpos para os filhos via leite materno
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“Além disso, vamos detalhar a resposta celular gerada pela vacina, para entendermos a resposta protetora de forma ampla e completa nas crianças e adolescentes”, completa a pesquisadora.
O etapa do Estudo Immunita feita para crianças e jovem será baseada na análise já feita com adultos, que teve início em janeiro de 2021. Essa nova fase, acontece em Belo Horizonte e na região metropolitana, e também no município de Serrana, em São Paulo. Na capital mineira, estão sendo avaliadas as respostas ao imunizante da Pfizer e a Coronavac, do Instituto Butantan. Já em Serrana, apenas a da Coronavac será acompanhada.
Voluntários
O recrutamento dos voluntários é feito no momento em que as famílias levam crianças e adolescentes, com idade entre 5 e 17 anos, para vacinar. Nos locais de imunização, equipes da Fiocruz e do Butantan fornecem informações e esclarecem dúvidas sobre a pesquisa. O acompanhamento se inicia mediante autorização dos responsáveis e também dos vacinados.
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Caetano de Jesus Moreira foi a primeira criança vacinada com Coronavac no estado de São Paulo
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Vacinação de crianças com a Coronavac em São Paulo
Divulgação/Governo de São Paulo
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MG tem baixa adesão à vacinação infantil e preocupa autoridades; apenas 16% receberam a 1ª dose
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Campanha de vacinação de crianças contra Covid no Rio. Medida foi aprovada pela Anvisa
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Vacinação de adolescentes contra a Covid-19
Agência Brasil
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Goiânia vacina adolescentes contra Covid-19, a partir dos 15 anos
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Vacinação de adolescentes contra a Covid-19
Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
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A Pfizer foi pioneira nos estudos clínicos com pessoas mais jovens e a primeira empresa a pedir a aprovação da agência brasileira
Igo Estrela/Metrópoles
Ao todo, serão cinco contatos presenciais. No dia da vacinação e, posteriormente, nos seguintes períodos: após um mês, após três meses, após seis meses e após um ano, todos esses tempos a partir da segunda dose. Os voluntários também serão acompanhados, por meio de contato telefônico, todos os meses.
“Todos são acompanhados por nossa equipe no decorrer do estudo. Em caso de sintomas de Covid-19, uma equipe médica faz uma avaliação sobre a necessidade de realização da coleta de swab e, em seguida, fazemos o diagnóstico por PCR. Se positivo, é feito o sequenciamento do vírus para definirmos as variantes causadoras da infecção no pós-vacina. Além disso, monitoramos também possíveis efeitos adversos que possam ocorrer”, conclui a pesquisadora.
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