Fiocruz: cobertura vacinal de indígenas contra Covid é de 48,7%
Estudo mostra desigualdade no acesso em relação aos não-indígenas, que apresentam cobertura vacinal de 74,8%
atualizado
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A cobertura vacinal da população indígena brasileira contra a Covid-19 ainda está longe do ideal. Enquanto 74,8% dos não-indígenas têm o esquema vacinal completo, os indígenas na mesma situação chegam a apenas 48,7%.
É o que mostra pesquisa feita por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) junto à London School of Hygiene and Tropical Medicine, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade São Paulo (USP), a Universitat Pompeu Fabra (Barcelona), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
O levantamento contabilizou os indígenas vacinados com mais de 5 anos entre os dias 18 de janeiro de 2021 e 1º de março de 2022. “Os resultados apontam uma cobertura desigual de vacinas de Covid-19 entre indígenas e não-indígenas, principalmente entre crianças e adolescentes e regiões com maior número de indígenas”, ressalta a Fiocruz.
Os pesquisadores da instituição recomendam a aplicação da dose de reforço para proteger os indígenas das variantes mais recentes, além de ampliar o acesso principalmente para crianças e adolescentes.
Antecipação no território Yanomami
O Ministério da Saúde decidiu, nesta semana, antecipar ações de vacinação contra a Covid-19 no território Yanomami. A pasta vai enviar, nos próximos dias, 20 mil doses da vacina bivalente contra a doença.
A população indígena já estaria inclusa na primeira fase da campanha de vacinação deste ano, prevista para começar em 27 de janeiro. “No entanto, devido à grave crise sanitária e humanitária encontrada no território, o Ministério da Saúde vai antecipar a estratégia entre os indígenas Yanomami”, informou a pasta.