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Lula: financiar combate a mudanças climáticas nas cidades é prioridade

O Urban 20 (U20) reúne prefeitos dos países do G20 com objetivo de integrar as cidades à agenda global de enfrentamento à crise climática

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1 de 1 lula assina pacto Mariana 1 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Na abertura do fórum Urban 20, realizado na manhã deste domingo (17/11), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a reforma da governança global, incluindo mudanças na arquitetura financeira e nos bancos multilaterais de desenvolvimento, como prioridade da presidência brasileira do G20.

Segundo Lula, essas transformações são essenciais para garantir o financiamento necessário às cidades na luta contra os extremos climáticos e a desigualdade social.

“Existe um déficit no financiamento urbano, que não consegue acompanhar o ritmo da urbanização desordenada em muitas partes do mundo, como na África, na Ásia e na América Latina. Por isso, a terceira prioridade da presidência brasileira do G20 é a reforma da governança global”, disse o petista.

E completou: “Não será possível construir uma Nova Agenda Urbana sem investimento e sem governança multilateral adequada”.

O Urban 20 (U20), criado em 2017, reúne prefeitos de países do G20 com o objetivo de integrar as cidades à agenda global e fortalecer a cooperação internacional para enfrentar a crise climática.

Durante o encontro, em que estava presente o presidente do Chile, Gabriel Boric, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o presidente destacou o papel estratégico dos centros urbanos. “Mais da metade da população mundial vive em cidades, que geram 80% do PIB global. No entanto, a riqueza criada não beneficia igualmente seus habitantes, especialmente na América Latina, o continente mais desigual do mundo, segundo o PNUD.”

Desafios climáticos e financiamento

Lula criticou o déficit de recursos destinados aos países em desenvolvimento e às cidades, ressaltando que as metrópoles não têm capacidade de arcar sozinhas com as transformações necessárias.

“As cidades não podem ser negligenciadas nos novos mecanismos de financiamento da transição climática. Existe uma enorme lacuna no financiamento urbano, especialmente no Sul Global, que sofre com urbanização desordenada e desafios sociais profundos”, afirmou.

O chefe do Executivo ainda destacou a importância de cidades resilientes e inclusivas para o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 da ONU.

Ele enfatizou que o lugar onde uma pessoa mora influencia diretamente seu acesso a direitos fundamentais, como educação, saúde e segurança.

Gaza e Marielle

Além das questões climáticas, Lula abordou outros temas de impacto. Referindo-se à Faixa de Gaza, classificou os recentes bombardeios como “destruição indiscriminada”, enfatizando a necessidade de paz mundial para que haja cidades mais seguras.

“Não haverá paz nas cidades se não houver paz no mundo”, disse. Ele citou que mais de dois terços do território de Gaza foram destruídos, junto com 80% de suas instalações de saúde, e lamentou a perda das mais de 40 mil vidas.

O presidente também fez menção à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, homenageando-a com a voz embargada. Ele destacou a favela da Maré, de onde Marielle era oriunda, como um exemplo de resistência urbana.

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