Fim da greve: presidente do INSS espera normalizar serviços até sexta
Presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, disse ao Metrópoles que a expectativa é que serviços voltem ao normal até esta sexta (30/8)
atualizado
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Com a assinatura de acordo com representantes das carreiras do seguro social, na noite de quarta-feira (28/8), o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, espera a normalização dos serviços nas agências até esta sexta-feira (30/8).
“A greve, claro, teve seus impactos, com serviços que não foram feitos, mas a gente tem convicção de que as pessoas que não foram atendidas serão atendidas agora e a gente volta para a vida normal”, afirmou ele ao Metrópoles logo após a assinatura do acordo.
Em razão de medidas administrativas, como o corte de ponto do servidor grevista, e da ação judicial no Superior Tribunal de Justiça (STJ), não houve uma queda expressiva dos serviços prestados. No que se refere ao apoio às perícias, por exemplo, a perda foi de algo em torno de 3% a 4%.
A assinatura do acordo ocorreu no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), pasta responsável pelas negociações com o funcionalismo, e contou também com a presença do presidente do INSS.
O governo tinha pressa em assinar o acordo porque é necessário incluir na peça orçamentária de 2025 o impacto dos reajustes firmados.
O termo foi assinado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) e o governo espera que aditivos sejam assinados pelas duas outras entidades.
Nesta quinta-feira (29/8), está prevista assinatura da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
Por fim, a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), tem adotado mais cautela e ainda vai consultar a base, mas salientou que houve avanço na negociação.
O que diz a proposta para os servidores do INSS
A principal concessão feita aos servidores foi a garantia de que a carreira do INSS será reconhecida como parte do núcleo estratégico do Estado brasileiro, com atribuições exclusivas, o que tem por objetivo evitar terceirização ou delegação de atividades.
Além do reconhecimento de sua atividade como exclusiva e finalística do Estado brasileiro, vista como ponto central pelos servidores do INSS, a proposta também tratou da reestruturação da carreira.
Os percentuais de reajuste variam entre 5% e 10%. De todo modo, Stefanutto salientou que os reajustes concedidos nos quatro anos do atual mandato do presidente Lula ficarão acima da inflação projetada para o período (2023-2025), que está na casa de 18%.
“O aumento dado no primeiro ano do presidente [2023], somado com o terceiro [2025] e quarto [2024] anos, somados com alguns reajustes de benefícios que nem entram para se ter desconto, como, por exemplo, auxílio-alimentação, são maiores que a inflação no período”, disse o presidente do INSS.
E completou: “Eles [os reajustes] também repõem um pouco daquele período de seca que foi em governos anteriores”.
O governo havia encaminhado duas propostas, podendo a categoria optar por uma das duas. Ambas contemplavam todos os servidores ativos e aposentados, e instituidores de pensão.
A principal diferença era que a segunda proposta incorporava a Gratificação de Atividade Executiva (GAE) ao Vencimento Básico (VB).
A proposta aceita mantém GAE e VB inalterados e protege os aposentados, porque a segunda proposta congelava o adicional de tempo de serviço, deixando os aposentados com possíveis prejuízos futuros.
A proposta aceita tem os seguintes termos:
Para o Nível Superior e Intermediário:
- Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026;
- Ampliação da tabela remuneratória, passando de 17 para 20 padrões;
- Acréscimo de 3 novos padrões na classe inicial da tabela reposicionando os atuais servidores, a contar de janeiro de 2025;
- Reajuste da remuneração de ingresso, a partir dos padrões iniciais;
- Alteração dos valores da GDASS, a partir da aplicação de 100% do reajuste proposto à estrutura remuneratória à citada gratificação (VB e GAE inalterados); e
- Percentual de ganho acumulado (2025/2026).
Para o Nível Auxiliar:
- Reajustes em janeiro/2025 e em abril/2026.
Futuramente, já após o retorno da greve, serão tratadas questões de relações de trabalho em uma mesa específica do INSS.