Filmes produzidos por mulheres ganham edital com R$ 20 milhões
Edital estabelece que diretoras estejam estreantes no cinema brasileiro. A publicação também separa cotas por região e etnia
atualizado
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O Ministério da Cultura publicou, nesta sexta-feira (28/4), edital que investe R$ 20 milhões em longa-metragens de ficção dirigidos por mulheres estreantes no cinema nacional. A iniciativa contemplará 10 projetos de filmes, cada um com o valor de R$ 2 milhões.
A medida foi oficializada em publicação do Diário Oficial e será reforçada em evento na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, pela ministra de Cultura, Margareth Menezes.
De acordo com o texto, o Edital Ruth de Souza utilizará orçamento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para incentivar financeiramente os 10 projetos escolhidos. O período de inscrição vai do dia 15 de maio até 14 de julho, por meio do sistema Mapas Culturais, no link do formulário.
O documento prevê que dois projetos sejam selecionados por região no Brasil, contemplando criações do Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Além disso, pelo menos três filmes deverão ser dirigidos por mulheres negras e dois por mulheres indígenas.
Por fim, o edital determina que as interessadas tenham pelo menos uma experiência comprovada na direção de curtas-metragem, médias-metragem ou obras seriadas.
Ruth Pinto de Souza, nome por trás do novo edital da pasta, foi uma atriz brasileira que nasceu no Rio de Janeiro, em 1921, e despontou como uma das principais referências de artistas negros na televisão. Ruth foi, por exemplo, a primeira mulher negra a protagonizar uma telenovela na Rede Globo, em A Cabana do Pai Tomás. A atriz faleceu em 2019, aos 98 anos, em decorrência de um quadro de pneumonia.
A medida faz parte de uma leva de anúncios do governo que prometem retomar os programas de incentivos culturais do país. Em um dos últimos pronunciamentos, o Ministério da Cultura oficializou as novas regras estabelecidas para a Lei Rouanet, como o aumento de cachê para artistas individuais.