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Filho de militar queria traduzir manual para grupo terrorista

Adolescente recrutado pelo Estado Islâmico é filho de oficial da Aeronáutica e queria traduzir manuais de guerra para ajudar terroristas

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Integrantes do Estado Islâmico em Moçambique - Metrópoles
1 de 1 Integrantes do Estado Islâmico em Moçambique - Metrópoles - Foto: Reprodução

Um adolescente brasileiro, filho de um oficial da Aeronáutica, planejava traduzir manuais de guerra das Forças Armadas para ajudar o grupo terrorista Estado Islâmico. A ideia era ajudar terroristas que estão atuando no norte de Moçambique, na África.

Essa situação foi revelada em uma investigação da Polícia Federal (PF), à qual o Metrópoles teve acesso, sobre um jovem de Minas Gerais ligado ao ISIS (sigla em inglês para Estado Islâmico) que tentava recrutar quatro adolescentes pelo aplicativo Telegram. Ele foi condenado a sete anos de prisão por terrorismo e corrupção de menores.

“O Exército Brasileiro desenvolveu uma doutrina muito grande de guerra irregular. Dá para traduzir esse conhecimento para o inglês e fazê-lo chegar em quem vai dar bom uso, inshaAllah”, escreveu o adolescente filho de oficial das Forças Armadas em uma das mensagens do grupo usado para radicalização.

Printsreen de conversa no telegram relacioanda ao Estado Islamico - Metrópoles
Adolescente queria traduzir documento das Forças Armadas para ajudar o Estado Islâmico

Ainda no aplicativo, o adolescente diz que essa doutrina do Exército Brasileiro não funcionaria na Síria e no Iraque, mas sim na atuação do grupo terrorista na África. Ele pretendia traduzir os documentos “Patrulha de Emboscadas” e “Patrulha de longo alcance com características especiais”.

Veja outras mensagens:

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Adolescente radicalizado pelo Estado Islâmico queria cometer ataque terrorista
Vídeos com violência extrema faziam parte de radicalização para grupo terrorista
Brasileiro recrutado para o ISIS chegou a pesquisar passagens para Moçambique
Jovens comentavam ações do ISIS no norte de Moçambique
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Recrutador convidava adolescentes para grupos sobre o Estado Islâmico

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Adolescente radicalizado pelo Estado Islâmico queria cometer ataque terrorista

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Vídeos com violência extrema faziam parte de radicalização para grupo terrorista

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Brasileiro recrutado para o ISIS chegou a pesquisar passagens para Moçambique

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Jovens comentavam ações do ISIS no norte de Moçambique

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Tradução de documentos

O jovem de Minas Gerais que chefiava o grupo no Telegram de radicalização para o ISIS é Fábio Samuel da Costa Oliveira, que está preso na penitenciária de Três Corações (MG).

A inteligência do governo do Marrocos e o FBI, polícia federal americana, identificaram contatos dele com lideranças do grupo terrorista avisaram a Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da PF. Em um vídeo encapuzado, ele diz que traduz documentos do Estado Islâmico.

Arte do Metrópoles sobre esquema de recrutamento de adolescentes pelo Estado Islâmico - Metrópoles

Além disso, Fábio Samuel também tinha a intenção de traduzir os documentos das Forças Armadas brasileiras para o árabe. O jovem, que hoje tem 20 anos, aprendeu inglês e árabe sozinho. Ele morava com a avó, Naide da Costa, de 61 anos, em Barbacena (MG).

De acordo com as investigações, Fábio Samuel orientou os adolescentes a cometerem um atentado em uma representação dos Estados Unidos no Brasil, caso não conseguisse sair do país.

Fábio foi preso pela PF em junho do ano passado quando tentava embarcar para a Turquia, de onde seguiria para se juntar ao ISIS na África.

Situação vulnerável

A defesa de Fábio Samuel defende que ele possui um grau de autismo e acabou sendo influenciado pelos terroristas pela internet. O advogado Greg Andrade pretende entrar com um pedido de revisão criminal para que o jovem seja considerado semi-imputável.

Segundo o defensor, o seu cliente era muito ligado à igreja católica e era coroinha. Na vida adulta se converteu ao islamismo, mas acabou passando por um processo de radicalização pela internet.

“O sonho dele é fazer medicina. Os integrantes do Estado Islâmico entraram na mente dele e falaram que lá ele teria condições de estudar e ter várias esposas. Ele ficou muito envolvido, se sentindo muito importante. Talvez foi a única vez na vida que ele se sentiu importante. Nós não damos valor na nossa juventude, mas o terrorismo deu”, avalia o advogado.

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