Filho de goleiro Bruno tem medo do pai fora da prisão
A mãe de Eliza Samudio conta que o neto protegeu uma colega de classe que seria agredida por outro garoto na escola
atualizado
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O filho do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes com Eliza Samudio contou à avó que tem medo da saída do pai da prisão. A criança, de apenas nove anos, mora com a família da mãe em Mato Grosso do Sul e reagiu à decisão da Justiça de Varginha (MG), que concedeu ao ex-atleta a progressão de pena ao regime semiaberto.
Sônia Moura, a avó do garoto, diz que ele já tem consciência sobre o respeito à mulher. Mesmo com pouca idade, a mãe de Eliza Samudio relatou ao jornal Extra que o neto protegeu uma colega de classe que seria agredida por outro garoto na escola.
“Na semana passada mesmo, ele viu que um colega ia agredir uma menina e entrou na frente para protegê-la. Avisou que não era para fazer aquilo. Isso foi na escola. Depois chegou uma pessoa da coordenação para ter uma conversa com os alunos. Ele me conta tudo e eu acompanho tudo de perto”, disse Sônia ao jornal.
Semiaberto
O ex-goleiro Bruno Fernandes deixou, na noite dessa sexta-feira (19/07/2019), o presídio de Varginha após conseguir a progressão para o regime semiaberto. Bruno foi condenado há 20 anos e 9 meses pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, em 2010. Ele estava neste presídio desde 2017, quando se mudou para a cidade após conseguir uma liminar de soltura e assinar para jogar em um time local.
O jogador vai poder dormir na própria casa, já que a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) de Varginha ainda não possui convênio com o Estado para receber os presos. Além disso, o município não conta com outras instituições designadas para a função. Por isso, o semiaberto é convertido em semiaberto domiciliar.
Mesmo com a liberdade, o ex-goleiro terá que cumprir regras determinadas pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Tarciso Moreira de Souza. Bruno precisa manter o endereço atualizado perante a Justiça; comparecer até o dia 10 de cada mês para prestar contas; demonstrar, dentro de 30 dias, que está trabalhando; toque de recolher a partir das 20h até as 6h da manhã seguinte; fiscalizado por autoridades em casa e no trabalho; não se envolver em crimes nem frequentar bares e boates; e não se ausentar da cidade sem autorização da Justiça.
Flagrado com mulheres
A migração de regime foi possível porque a Justiça, em junho, anulou a falta grave que o ex-goleiro teria cometido em outubro passado, quando foi flagrado em bar ao lado de mulheres no momento em que deveria estar em trabalho externo.
Na decisão, o juiz Tarcísio Moreira de Souza afirmou que “o reeducando satisfaz as exigências subjetivas para a concessão da progressão de regime para o semiaberto, em especial pelo decote da imputação de falta grave, pois já cumpriu o lapso temporal necessário de pena imposta no regime fechado”.