Filha de Cunha depõe na Lava Jato e diz que ele cuidava de suas contas
Danielle Dytz da Cunha ganhou um cartão internacional de Cunha no tempo em que morou no exterior, mesmo ela já possuindo cartões
atualizado
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A publicitária e filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Danielle Dytz da Cunha, afirmou, em depoimento à força-tarefa da Lava Jato, ‘não saber’ por que seu pai lhe deu um cartão de crédito internacional no período em que ela morou no exterior, sendo que já possuía um cartão brasileiro.
Ela disse ainda que seu pai lhe deu o cartão com o objetivo de custear sua estada no tempo em que morou fora do Brasil, entre 2011 e 2013, e que, mesmo com um cartão brasileiro com um limite de gastos de R$ 10 mil, utilizou ‘principalmente o cartão estrangeiro’, do qual não recebia os extratos e cujos pagamentos eram autorizados por Eduardo Cunha.
Com seu depoimento, agora tornado público na Lava Jato, e as provas obtidas em cooperação jurídica com o Ministério Público da Suíça sobre as contas da família Cunha no exterior, a força-tarefa abriu uma investigação à parte sobre Danielle para apurar se ela teria lavado dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.
Danielle também alegou que, mesmo no período em que foi casada e com uma renda atual de R$ 5 mil a R$ 10 mil mensais, ainda era dependente financeiramente de seu pai que, segundo ela, ‘sempre gerenciou sua vida financeira’ — fato que, para ela, não tem nenhum problema.
A estratégia da defesa da filha de Eduardo Cunha é tentar descolar o nome de Danielle das contas e movimentações suspeitas de seu pai e de sua madrasta, que aparecem como os titulares de offshores descobertas pela Lava Jato. Segundo alegaram os defensores de Danielle, ela seria apenas ‘detentora de cartão de crédito’, não exercendo nenhum controle sobre a conta Köpek, de titularidade de Cláudia Cruz.