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Festival Verão Sem Censura retorna com vetados da Fundação Palmares

Idealizado pela gestão tucana de São Paulo, segunda edição do festival também tematizará “censura econômica na Ancine” e ataques à imprensa

atualizado

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Gilberto Gil
1 de 1 Gilberto Gil - Foto: Divulgação

São Paulo – O governo municipal de São Paulo, através de sua Secretaria Municipal de Cultura, anunciou que o Festival Verão Sem Censura vai ganhar uma segunda edição em março, mas ainda não tem data definida. A pasta também não divulgou as atrações e se será um evento remoto.

Neste ano, o festival vai celebrar a obra de personalidades negras que foram excluídas de lista da Fundação Palmares. A organização também vai debater o que considera “censura econômica e burocrática” às produções brasileiras na Ancine, e falar sobre a censura à imprensa.

Embora a Secretaria Municipal de Cultura não tenha divulgado atrações, a lista de ex-homenageados da Fundação Palmares dá uma dica do que está por vir. Foram 27 personalidades negras excluídas, entre elas Elza Soares, Gilberto Gil, Leci Brandão, Martinho da Vila, Milton Nascimento e Sandra de Sá.

A Fundação Palmares diz que a exclusão não teve motivos políticos. Segundo a instituição, há uma norma que estabelece que homenageados não podem estar vivos.

Apesar da norma, a exclusão foi mal vista pela opinião pública, visto que os excluídos são personalidades negras que criticaram o governo Bolsonaro.

Personalidades negras excluídas de lista de homenagens da Fundação Palmares

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Marina Silva, política e ativista
Milton Nascimento, cantor
Elza Soares
Deputada Benedita da Silva (PT-RJ)
Conceição Evaristo, escritora
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Gilberto Gil, cantor

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Marina Silva, política e ativista

Michael Melo/Metrópoles
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Milton Nascimento, cantor

Augusto Kesrouani Nascimento/Divulgação
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Elza Soares

Michael Melo/Metrópoles
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Deputada Benedita da Silva (PT-RJ)

Mayara Oliveira/Metrópoles
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Conceição Evaristo, escritora

Joyce Fonseca/Divulgação
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Leci Brandão, cantora e política

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Luislinda Valois, juíza

REJANE CARNEIRO/AGÊNCIA A TARDE/AE
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Cantor e sambista Martinho da Vila

Reprodução/Instagram
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Zezé Motta

@zezemotta/Instagram/Reprodução
“Censura econômica” na Ancine

Segundo o jornalista cultural Jotabê Medeiros, há em torno de 700 produções cinematográficas paradas por conta de obstáculos criados pela Agência Nacional de Cinema (Ancine). A paralização vem de antes da crise pandêmica e já resultou em mais de 200 mandados de segurança de produtoras audiovisuais contra a agência.

“O que era uma suspeita — que a Ancine milita despudoradamente contra o audiovisual brasileiro — , confirmou-se na prática. Entre 2019 e 2020, com o ímpeto da censura cultural, o governo se convenceu de que o melhor recurso para implodir a Ancine era miná-la por dentro”, declara Medeiros, em artigo.

Desde então a Agência deixou de receber recursos da taxação de empresas de telecomunicações, que alimentavam o Fundo Setorial Audiovisual (FSA).

No começo do mês, no dia 4 de fevereiro de 2021, o ex-ministro da Cidadania e deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) virou réu, acusado de improbidade administrativa por ter suspendido, em agosto de 2019, um edital de chamamento de projetos para TVs públicas que tinha séries com temática LGBT.

As produções se chamavam: “Afronte”, “Transversais”, “Religare Queer” e “Sexo Reverso”.

Edição passada

No primeiro Festival Verão Sem Censura, que ocorreu na segunda quinzena de janeiro de 2020, também promovido Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, o cinema também esteve presente.

Na ocasião, pôsteres de filmes que haviam sido retirados da sede da Ancine ganharam uma exposição. O filme “Bruna Surfistinha”, criticado pelo presidente Jair Bolsonaro, rendeu exibição e debate.

O festival também contou com a presença do cantor Arnaldo Antunes, que teve vídeo censurado pela TV Brasil, do governo federal.

“É muito bom poder afirmar essa convivência com a diversidade, principalmente num tempo de tanta intolerância”, declarou Arnaldo Antunes.

Ale Youssef, secretário municipal de Cultura fez questão de frisar, por canais oficiais, que o evento não é um projeto de antagonismo ao Governo Federal.

“São Paulo se mantém como um centro de amparo, resistência e valorização cultural. Vamos continuar defendendo a cultura a partir da maior cidade do país”, declarou Youssef ao anunciar a segunda edição do festival.

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