Festival Lula Livre não destaca outras bandeiras de esquerda
Evento é realizado três dias depois das mais recentes manifestações em favor da Educação
atualizado
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Três dias depois dos atos pró-Educação, o Festival Lula Livre, neste domingo (02/06/2019), em São Paulo, não contou com a presença de partidos e não enfatizou bandeiras políticas da esquerda.
O evento marca a separação das duas pautas, uma contra a prisão do ex-presidente petista e outra contra medidas do governo Jair Bolsonaro (PSL), como o contingenciamento de gastos na Educação. Os protestos contra o corte, realizados na última quinta-feira (31/05/2109) em todo o país, não levantaram a bandeira do “Lula Livre”.
A organização de atos paralelos é uma estratégia da oposição para manter agenda de protestos pró-Lula sem que essa pauta isole quem não simpatiza com o ex-presidente da agenda anti-Bolsonaro. “São pautas diferentes, mas complementares”, disse ao ‘Estado’ Carina Vitral, presidente da UJS, braço jovem do PCdoB.
O evento é organizado pelo Comitê Lula Livre — que engloba partidos e organizações como o Instituto Lula —, em parceria com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Presidente do PT
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, negou que haja uma separação entre a pauta do “Lula Livre” e as demais bandeiras da esquerda, como a da defesa da Educação.”Lula e Educação são pautas inseparáveis. Essa moçada está indo às ruas pelo legado que ele deixou neste país”, disse a petista, uma das únicas autoridades do partido a estar presente no festival Lula Livre, que não contou com discursos de políticos no palco.
“Para nós do PT, ‘Lula Livre’ é estratégico. Nós achamos que não há salvação da democracia com Lula preso. Nós sempre levaremos a pauta do ‘Lula Livre’ com a pauta da defesa da educação”, disse Hoffmann. Perguntada se os partidos aliados também fazem a mesma associação, a ex-senadora respondeu que “muitos têm levado (uma agenda em conjunto com a outra)”. Citou o PCdoB e o PSOL e afirmou que Carlos Lupi, presidente do PDT, visitou Lula na prisão.
Público
O festival teve início às 14h sob chuva fraca na Praça da República, no Centro de São Paulo, e lotou a área em frente à Secretaria da Educação do governo de São Paulo.
A PM não tem divulgado estimativa de público em protestos, mas a organização calcula que 20 mil pessoas passaram pelo evento à tarde.
Ausência de parlamentares
Até as 16h10, a reportagem não tinha registrado a presença de nenhum parlamentar, representante de partido ou político com mandato.
Os protestos contra o contingenciamento na Educação também não contaram com a presença de lideranças partidárias.
Programação
O dia contará com a apresentação dos artistas: Arnaldo Antunes; Thaíde; BaianaSystem; Emicida; Rael; Criolo; Nação Zumbi; Tulipa; Fernanda Takai; Aíla; Dead Fish; Chico César; Filipe Catto; Mombojó; Odair José; Otto, Junú; Everson Pessoa; Unidos do Swing; Francisco El Hombre; Slam das Minas; Bia Ferreira; Doralyce Soledad; Lirinha; Otto; Ilú Oba de Min; André Frateschi; Márcia Castro; Zeca Baleiro; Isaar; Junio Barreto; Fernanda Takai; MC Poneis; Chico Chico e Duda Brack; Triz; Anelis Assumpção e Drik Barbosa.