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Fernandinho Beira-Mar denuncia “tortura” em presídio. Veja vídeo

Traficante afirma que fez greve de fome para conseguir falar com o advogado

atualizado

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O traficante e líder da facção crimonosa Comando Vermelho Fernandinho Beira-Mar afirmou, em um vídeo, que está sendo vítima de maus-tratos no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O relato, obtido pelo Uol, foi feito em agosto deste ano em uma audiência de 50 minutos.

No vídeo, o traficante diz que permaneceu seis meses em uma cela isolada quando foi transferido para a prisão, em setembro de 2019. A administração do presídio afirmava, segundo ele, que seu isolamento era necessário para que fosse feita uma análise de seu perfil devido à hierarquia entre os outros presos.

“Alegaram me deixar isolado por um tempo desse para analisar o meu perfil. É impossível, porque estou há 14 anos [no sistema prisional federal]. Eles conhecem o meu perfil. Eu entendo isso como uma forma de tortura”, disse.

Beira-Mar também relatou que havia escassez de luz na cela, episódio descrito como “uma forma de tortura” pelo traficante. “Só quero ter o direito de ter um ambiente salubre para eu poder ler, poder estudar. Estava numa cela escura, sem condição de leitura”.

Em 12 e 14 de outubro deste ano, Beira-Mar apresentará um artigo comparando a situação dos presídios federais à crucificação de Jesus. A apresentação acontecerá durante o Congresso Internacional de Direitos Humanos de Coimbra, em Portugal.

Além disso, Beira-Mar denunciou na audiência que os advogados são tratados como “cúmplices de bandido”  na prisão.

Greve de fome

Sobre o período de quatro que passou sem receber assistência jurídica em função da pandemia, o traficante afirmou que fez uma greve de fome para falar com seu advogado. Ele afirma que foi vítima de abuso de autoridade na enfermaria onde ficou internado após o fim da greve.

“Estava no setor de enfermaria, sendo atendido (…). Ele me humilhou. Ele exigiu que eu abaixasse a cabeça. Deitado em uma cama, sem conseguir andar. Ele me humilhou. Gritou comigo, fez vários tipos de procedimento”, diz, se referindo a um servidor do presídio.

Em outro momento da audiência, Beira-Mar afirmou que vem sendo alvo de perseguição no sistema prisional federal por denunciar o tratamento que recebe. “Há modus operandi nesse sistema para perseguir esse preso que não aceita opressão e covardia. Como é que eles fazem? Eles forjam procedimento de calúnia. Para que o preso fique desacreditado e isolado. Conheço muitos agentes que abusam do poder e cometem crime.”

Por fim, Beira-Mar pediu atendimento de médicos particulares. “Estou passando por um momento muito difícil na minha vida. Estou psicologicamente abalado. Desde que cheguei aqui, pedi tratamento com psiquiatra particular”, afirmou.

Veja o vídeo:

Em nota, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) afirmou que as denúncias de Fernandinho Beira-Mar são “improcedentes”.

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