metropoles.com

Férias coletivas da Volks em SP reforçam a crise do setor automotivo

Por falta de semicondutores, Volkswagen dá 20 dias de férias coletivas para funcionários de uma de suas fábricas, em São Bernardo do Campo

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Imprensa Volkswagen/Divulgação
Imprensa Volkswagen/Divulgação
1 de 1 Imprensa Volkswagen/Divulgação - Foto: Imprensa Volkswagen/Divulgação

São Paulo – A escassez de peças no mercado fez com que a Volkswagen, fabricante alemã de veículos, parasse a produção na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo, e concedesse vinte dias de férias coletivas para os funcionários, contados a partir dessa segunda (9/5), por falta de semicondutores.

Para Wellington Damasceno, diretor responsável pela Volkswagen no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, esse cenário de crise na área não possui perspectiva tão cedo de solução, pelo menos até 2023.

“Esse é um dos piores períodos para o setor automotivo e para a indústria nacional nos últimos 40 anos. Na década de 90, tivemos um baque com a abertura do mercado, mas vivíamos uma outra condição, um outro cenário”, afirmou ao Metrópoles.

A insuficiência de matérias-primas preocupa desde o começo da pandemia da Covid-19 e afeta diversos setores, como a indústria eletrônica.

5 imagens
Os funcionários da Volkswagen retornaram ao trabalho na fábrica de Taubaté (SP) após 12 dias de greve
Linha de produção
Fábrica da Volkswagen em Taubaté
Fábrica da Volkswagen em Taubaté
1 de 5

Linha de produção da fábrica de Anchieta

Volkswagen do Brasil/Divulgação
2 de 5

Os funcionários da Volkswagen retornaram ao trabalho na fábrica de Taubaté (SP) após 12 dias de greve

Imprensa Volkswagen/Divulgação
3 de 5

Linha de produção

Volkswagen do Brasil/Divulgação
4 de 5

Fábrica da Volkswagen em Taubaté

Volkswagen do Brasil/Divulgação
5 de 5

Fábrica da Volkswagen em Taubaté

Comunicação Volkswagen do Brasil

Conforme apontado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abniee), a guerra entre a Rússia e a Ucrânia acentuou essa instabilidade, já que os países são grandes produtores globais do metal paládio e do gás neônio, insumos essenciais para a produção dos semicondutores.

De acordo com Damasceno, uma outra questão que afeta a produção de veículos é a crise do petróleo, também impulsionada pelo conflito entre as nações. “Estamos com um problema muito grave com derivados de petróleo, como pneus, resinas e peças de plástico, que têm faltado aos montes”, explica.

Paralisação na Volkswagen

Essa não é a primeira vez que a Volkswagen coloca seus funcionários em férias coletivas por esse motivo. Em abril do ano passado, a fábrica de Taubaté concedeu dez dias aos trabalhadores. Em julho, a montadora também acabou paralisada por vinte dias – em ambos os casos, motivada pela falta de peças.

A unidade de São Bernardo do Campo conta com 8,2 mil funcionários, sendo 4,5 mil apenas na produção. Destes, 2,5 mil estão em férias coletivas, enquanto os outros seguem trabalhando, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Segundo Damasceno, a situação se mostra crítica, já que surge em um momento no qual o setor tenta se recuperar da queda de produção gerada pela pandemia.

“Estamos muito longe do nosso auge de produção. Temos capacidade instalada para 5 milhões de carros por ano. Nesse ano, tudo indo bem, ficaríamos em torno de 2,1 e 2,2 milhões. Mas, para chegar a esse número, precisaríamos estar hoje trabalhando a pleno vapor”, pontuou.

Em nota ao Metrópoles, a Volkswagen Brasil confirma as férias coletivas dos funcionários e alega “falta de semicondutores”.

Mercado de semicondutores

No ano passado, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Semicondutores (Abisemi), Rogério Nunes, afirmou que a demanda por produtos de tecnologia da informação e comunicação mostrou um crescimento na pandemia, o que impactou a área, já que diversas cadeias produtivas haviam sido interrompidas.

“Esse setor de semicondutores é lento no retorno à produção. Ele demora alguns meses em função da sua característica de manufatura”, explicou, à época.

Uma pesquisa feita pela Abniee analisou que, com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, aumentou o número de empresas entrevistadas com previsão de normalidade no abastecimento do chip semicondutor apenas em 2023, passando de 34% na sondagem em janeiro, para 45% nos levantamentos de fevereiro e março.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?