“Fere a nossa alma”, diz Orlando Silva sobre assassinato no Carrefour
Ex-candidato a prefeito de São Paulo defende que se tire alvará de empresas onde ocorra o crime de racismo
atualizado
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São Paulo – O deputado federal e ex-ministro Orlando Silva (PCdoB-SP) comentou a morte de João Alberto Freitas, após ser duramente espancado por seguranças do Carrefour, em Porto Alegre, na noite dessa quinta-feira (19/11). Para ele, apenas medidas duras e práticas podem combater o racismo estrutural que vitima negros no Brasil.
“Esse fato em Porto Alegre fere a nossa alma, mas tem que servir de fator para estimular o combate ao racismo. Não há democracia com racismo. E nós temos que superar o racismo no Brasil com medidas práticas”, disse o político, que concorreu a prefeito de São Paulo e agora apoia Guilherme Boulos (PSol) no segundo turno contra Bruno Covas (PSDB).
“Quando teve a sensibilização do caso George Floyd, eu disse que todo dia morre um George Floyd na periferia de São Paulo e nas periferias do Brasil”, disse.
Durante conversa com o Metrópoles, nesta sexta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, Silva lembrou a necessidade de se aprovar um projeto de lei que vem tramitando no Congresso para definir a perda do alvará de funcionamento de empresas onde ocorra o crime de racismo.
“Repórteres dizem que defendo emprego e venho com uma proposta dura dessas, mas eu digo que duro é o racismo. Duro é ferir a alma das pessoas, assassinar as pessoas. Esse caso do Carrefour é o exemplo prático do que estou falando”, afirmou o ex-ministro, durante um evento de apoio a Boulos na capital paulista.
Veja a entrevista de Orlando Silva ao Metrópoles:
Boulos
No ato político em São Paulo, Boulos também chamou a atenção para o assassinato de João Alberto. “Não existe democracia quando há racismo estrutural. É extermínio o nome do que aconteceu ontem no Rio Grande do Sul com João Alberto Freitas. Quero propor que nosso ato seja em homenagem em honra à memória do João Alberto”, disse o candidato do PSol.
Também no evento, realizado em um hotel no centro de São Paulo, Orlando Silva pediu um minuto de silêncio em homenagem a mais essa vítima. Minuto encerrado sob o grito “Vidas negras importam”.