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Fenômeno da “chuva preta” atinge cidades brasileiras. Veja onde

Segundo pesquisadores, fenômeno é resultado de mistura da água da chuva com fumaça de incêndios e queimadas

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Foto colorida de balde com água da "chuva preta" - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de balde com água da "chuva preta" - Metrópoles - Foto: Reprodução

O fenômeno “chuva preta” surpreendeu os moradores do Sul do país, na terça-feira (10/9). Nesta quarta-feira (11/9) e nos próximos dias, é previsto que outras partes do estado apresentem a mesma ocorrência, com o deslocamento de uma frente fria.

Segundo o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a fuligem da fumaça das queimadas se misturou com a chuva, o que gerou a cor preta da água. “A ‘chuva preta’ é o resultado da chuva normal, que está caindo das nuvens, mas que está passando por uma atmosfera muito carregada de fumaça”, explica a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo.

Ao g1, Josélia afirmou que o fenômeno também foi observado em cidades do norte do Uruguai, na fronteira com o Rio Grande do Sul (RS). A previsão de chuva para os próximos dias pode provocar o fenômeno em outras partes do estado, como Porto Alegre, Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte.

Sol alaranjado

A meteorologista da Climatempo Andrea Ramos explicou que, além da “chuva preta”, a fumaça proveniente dos incêndios gera o fenômeno conhecido como “sol alaranjado”. As informações são da CNN.

“É uma evidência da presença de fuligem e fumaça na atmosfera”, explica Andrea, sobre o fenômeno da “chuva preta”. “Ou seja, quando existem muitos poluentes, é gerado um reflexo. Quanto mais variar a coloração de laranja para vermelho, mais material particular tem na atmosfera”, disse Andrea.

De acordo com a empresa suíça IQ Air, a qualidade do ar em Porto Alegre nessa terça-feira (10/9) era insalubre. A classificação varia entre “bom”, “moderado”, “insalubre para grupos sensíveis”, “insalubre”, “muito insalubre” e “perigoso”.

A concentração de partículas de até 2,5 micrômetros (PM2.5) na capital está quase 12 vezes acima do índice recomendado pelas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS). O diâmetro dessas partículas é algo muito menor que um fio de cabelo, por exemplo.

Por causa desse tamanho reduzido, elas são capazes de ser inaladas e penetrar profundamente nos pulmões.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre emitiu uma série de recomendações:

Para toda a população:

  • Se tiver sintomas respiratórios, busque atendimento médico o mais rápido possível;
  • Beber mais água e líquidos para manter o aparelho respiratório úmido e mais protegido;
  • Se possível, ficar menos tempo em ambiente aberto, durante o dia ou à noite;
  • Manter portas e janelas fechadas, para diminuir a entrada da poluição externa no ambiente;
  • Evitar atividades em ambiente aberto enquanto durar o período crítico de contaminação do ar pela fumaça.

Para pessoas com problemas cardíacos, respiratórios e imunológicos:

  • Manter ao alcance os medicamentos indicados pelo médico, para uso em crises agudas;
  • Buscar imediatamente atendimento médico se apresentar sinais ou sintomas de piora das condições de saúde após exposição à fumaça;
  • Consultar o médico sobre a necessidade de mudar o seu tratamento.

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