Febraban defende limitar ou suspender temporariamente Pix para bets
Em reunião no Ministério da Fazenda, presidente da Febraban mostrou preocupação com possível endividamento das famílias com as bets
atualizado
Compartilhar notícia
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, defendeu nesta quarta-feira (2/10), em reunião no Ministério da Fazenda, a limitação ou suspensão temporária de meios de pagamentos instantâneos, como Pix, para as apostas de quota fixa, as chamadas “bets”.
Segundo ele, a entidade mostra preocupação com o endividamento das famílias. “Nós deveríamos aproveitar o melhor momento do mercado de crédito e o melhor momento do mercado de trabalho para evitar que nós tenhamos a novas frentes de endividamento”, afirmou Sidney a jornalistas após a reunião.
“Como hoje os estudos revelam que 90% dos pagamentos se dão pro mesmo instantâneo nós estamos defendendo que temporariamente ou se suspenda ou que se imponham limites para que esse endividamento não se deteriore”, explicou.
O representante da federação dos bancos foi recebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo secretário de Prêmios e Apostas, Régis Dudena, na sede da pasta, em Brasília.
Isac Sidney disse que o ministro e o secretário mostraram “determinação” em enfrentar o problema. “Eu senti por parte do ministro Haddad e também do secretário de Apostas que há muita determinação para enfrentar esse problema. Eles estão determinados a de fato terem um controle CPF por CPF. Eles estão determinados a fazer com que toda a política de prevenção e lavagem de dinheiro seja implementada. Eles estão muito preocupados com endividamento, agora não é um assunto que se resolve da noite para o dia”.
Outro item sugerido pelo chefe da Febraban foi a criação de uma força-tarefa para aprofundar o exame dos impactos socioeconômicos.
Ele frisou que o poder público e o setor privado precisam se ocupar de discutir esse assunto, lembrando que ele está nos três poderes. O Supremo Tribunal Federal (STF) está decidindo se a lei é constitucional, também há projetos de lei no Legislativo e o Executivo está cuidando da regulamentação.