metropoles.com

Fazendeiro acusado de trabalho escravo é suspeito de sonegar R$ 13,5 mi

PF abriu inquérito para apurar o caso. Luiz Pires já foi autuado por trabalho escravo e desmatamento, e foi alvo na Operação Reis do Gado

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/ YouTube/ CSJ Fábricas de Ração Oficial
Fazendeiro Luiz Pires, dono do grupo Umuarama
1 de 1 Fazendeiro Luiz Pires, dono do grupo Umuarama - Foto: Reprodução/ YouTube/ CSJ Fábricas de Ração Oficial

Com um passado marcado por acusações de irregularidades, o fazendeiro Luiz Pereira Martins Pires (foto em destaque), de 78 anos, considerado um dos maiores empresários do Centro-Oeste, é suspeito de sonegar ao menos R$ 13,5 milhões ao Fisco, entre 2016 e 2018.

Relatório elaborado pela Receita Federal do Brasil (RFB) apontou “possível fraude” em transações pecuniárias entre o fazendeiro e uma de suas principais empresas, a Agropecuária Umuarama. Foi identificado o acobertamento do pagamento de mais de R$ 23 milhões da companhia ao fazendeiro no período, sem a devida arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) ou mesmo a contabilização desses valores.

A ocultação, segundo investigação do Ministério Público Federal (MPF), teria sido realizada por meio de pagamentos indiretos, direcionamentos ilegais de verbas e supostas operações de distribuições de lucros não declarados e sequer contabilizadas, prática conhecida como caixa dois.

Após pedido encaminhado pelo MPF em 21 de junho, a delegacia da Polícia Federal (PF) em Marabá (PA) abriu um inquérito para apurar o caso.

Luiz Pires deve ser ouvido pela delegacia. Procurado pela reportagem do Metrópoles por meio de contatos que apresentou junto à Receita Federal, o fazendeiro não respondeu. O espaço segue aberto.

O fazendeiro já foi autuado várias vezes por trabalho escravo, acumula multas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por desmatamento e, além disso, foi investigado na Operação Reis do Gado, deflagrada em 2016 pela Polícia Federal, que apurou corrupção e lavagem de dinheiro público no estado do Tocantins. Teriam sido lavados mais de R$ 300 milhões entre 2005 e 2012.

O esquema criminoso contava com o ex-governador do estado, Marcelo Miranda, que teve o mandato cassado em 2018.

Segundo as investigações, Luiz Pires fazia parte do núcleo empresarial, que, em contra de privilégios na administração estadual, com aditivação e recebimentos por contratos públicos, pagava vantagens indevidas ao núclo político, em busca do “lucro fácil” e da “expansão empresarial”.

Para garantir o favorecimento, Luiz Pires teria transferido entre 2005 e 2007 as fazendas Ouro Verde/São José, bem como a fazenda Triângulo/Santa Cruz, para a família de Miranda. Os imóveis rurais foram avaliados em R$ 60 milhões à época.

Ao Metrópoles, o advogado Cleber Lopes de Oliveira informou que o crime foi prescrito em relação ao fazendeiro.

“Diante da possibilidade de que o paciente esteja sofrendo constrangimento ilegal, concedo a liminar para suspender o curso da ação penal até o julgamento final do mérito deste Habeas Corpus pela Terceira Turma desta Corte, ocasião em que se poderá, após a pertinente instrução, deliberar quanto à plausibilidade do direito invocado”, assinalou o juiz federal César Jatahy Fonseca, do Tribunal Regional Federal (TRF-1), em março de 2020.

Umuarama

O grupo Umuarama é uma empresa do tipo familiar que teve início em meados dos anos 1970, quando Luiz Pires, nascido no interior do Maranhão, teria comprado sua primeira fazenda no Pará. Hoje o grupo atua nos ramos agropecuário, imobiliário e automobilístico, em seis estados diferentes: Tocantins, Maranhão, Pará, Goiás, Minas Gerais e Alagoas.

No segmento automobilístico, o grupo Umuarama iniciou suas atividades 1993 com a bandeira Fiat, em Araguaína (TO), e atualmente possui 21 concessionárias em atividade nos estados de Tocantins, Maranhão, Pará, Goiás e Minas Gerais.

Além da Fiat, o grupo vende também veículos da Volkswagen, Toyota, Kia, Citroën, KTM e Harley-Davidson.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?