Fazenda reduz para 3% projeção para crescimento do PIB em 2023
Projeção anterior, de setembro, era de 3,2% de crescimento do PIB. Estimativa para inflação em 2023 também foi revisada, de 4,85% para 4,66%
atualizado
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O Ministério da Fazenda revisou, de 3,2% para 3,0%, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A nova previsão foi divulgada nesta terça-feira (21/11) pela Secretaria de Política Econômica (SPE), órgão que faz parte da pasta, mediante o Boletim Macrofiscal.
De acordo com a SPE, a redução repercute a revisão na expectativa de crescimento para o terceiro semestre, além de projeções menos otimistas para o setor de serviços até o restante do ano.
“Apesar dessas alterações, a perspectiva ainda é de aceleração no ritmo da atividade no 4T (quarto trimestre), motivada pelo crescimento de alguns subsetores menos sensíveis ao ciclo e pela resiliência do consumo das famílias, em função do aumento da massa de renda real do trabalho e das melhores condições no mercado de crédito”, diz a secretaria no boletim.
O documento é divulgado a cada dois meses. O último saiu em setembro. Ele apresenta as projeções de curto e médio prazo para os indicadores de atividade econômica e de inflação.
No Focus, expectativa do PIB é menor
Na última segunda-feira (20/11), o Relatório Focus do Banco Central (BC), documento que resume as expectativas de mercado, mostrou que a estimativa dos agentes financeiros para o PIB deste ano é crescimento de 2,85% – abaixo, portanto, da previsão atualizada do governo.
Para 2024, a projeção do governo para o PIB também foi revisada: de 2,3% para 2,2%. O Focus, por sua vez, estima 1,5% de crescimento no próximo ano.
Segundo o governo, a mudança na expectativa de crescimento do ano que vem se deve ao aumento das incertezas no ambiente externo, tanto do ponto de vista da política monetária dos países centrais, quanto da possibilidade de agravamento nos conflitos geopolíticos globais.
Em contrapartida, as atividades menos influenciadas pelo setor externo devem se beneficiar com a política monetária menos contracionista, com as melhores condições de crédito e com o crescimento da massa de rendimento real.
Inflação
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, a previsão recuou de 4,85% para 4,66% em 2023 e avançou de 3,40% para 3,55% em 2024.
A estimativa para o IPCA deste ano permanece dentro da meta de inflação, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O centro da meta é de 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o objetivo será alcançado se a inflação ficar entre 1,75% e 4,75%.
“O processo de desinflação ocorreu mais rápido do que o inicialmente projetado, principalmente para os componentes subjacentes, levando a inflação para dentro do intervalo proposto pelo regime de metas já em 2023”, pontua o governo.
Para 2024, a estimativa para inflação medida pelo IPCA avançou em 0,15 ponto percentual e foi motivada pelo reajuste de ICMS anunciado pelos estados, além de mudanças pontuais no cenário projetado para o câmbio e para os preços de commodities. Nessa previsão, já estão compatibilizados os efeitos do El Niño nos preços de alimentação, energia e etanol.
A estimativa do mercado para o IPCA, segundo o Focus, é de 4,55% ao fim deste ano e de 3,91% para o ano que vem.