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Fazenda aumenta projeção do PIB de 2024 de 2,2% para 2,5%

Ministério da Fazenda não considerou os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul na atividade econômica ao aumentar projeção para o PIB

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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aumentou a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024. Sem considerar os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul, a estimativa subiu de 2,2% para 2,5%, motivada por maiores contribuições esperadas para a absorção doméstica e para o setor externo.

A secretaria apresentou nesta quinta-feira (16/5) o Boletim Macrofiscal do mês de maio e a versão atualizada do Panorama Macroeconômico. Para 2025, foi mantida a projeção de crescimento do PIB de 2,8% (a mesma de março).

Segundo a Fazenda, contribuíram para a revisão o crescimento “robusto” das vendas no varejo e dos serviços prestados às famílias, o aumento na geração de postos de trabalho e a expansão das concessões de crédito.

“Os sinais de recuperação do investimento, baseados na expansão de indicadores de atividade na construção civil e no crescimento das importações de bens de capitais, também auxiliaram nesse sentido”, diz nota.

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Além de representar uma desaceleração em relação ao ano passado, o número projetado está acima daquele projetado pelo mercado financeiro. No último Relatório Focus, de segunda-feira (13/5), os analistas do mercado aumentaram a estimativa para a economia brasileira neste ano, de 2,05% para 2,09%, e mantiveram a de 2025, em 2,00%.

Impacto da calamidade no RS

Nas estimativas de crescimento, não estão considerados os impactos da calamidade no Rio Grande do Sul na atividade econômica.

“A magnitude do impacto depende da ocorrência de novos eventos climáticos, de transbordamentos desses impactos para estados próximos e do efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas cidades atingidas pelas chuvas”, prossegue a secretaria.

O PIB gaúcho tem peso aproximado de 6,5% no PIB brasileiro, e deverá registrar perdas principalmente no segundo trimestre, parcialmente compensadas ao longo dos trimestres posteriores.

Atividades ligadas à agropecuária e indústria de transformação deverão ser as mais afetadas a nível nacional, por serem mais representativas no PIB do estado que no PIB brasileiro.

Medidas para o RS

Na semana passada, o governo federal anunciou a antecipação do Bolsa Família e do Auxílio Gás para beneficiários do estado gaúcho.

Além dos beneficiários de programas sociais, outras medidas visam atender trabalhadores assalariados; o próprio estado e os municípios; empresas; e produtores rurais, com facilitação ao crédito para famílias e empresas e descontos em juros de empréstimos feitos em programas rurais — Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Já na quarta-feira (15/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi até São Leopoldo (RS), um dos municípios afetados pelas enchentes, para anunciar um novo pacote de ações.

As medidas incluem um auxílio para famílias desabrigadas ou desalojadas, a expansão do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e até a criação de uma nova secretaria, voltada exclusivamente para as ações de reconstrução do estado gaúcho.

O Auxílio Reconstrução, benefício, no valor de R$ 5,1 mil, é voltado para a compra eletrodomésticos, móveis e outros bens perdidos pela população durante as enchentes. O governo Lula também prometeu que as pessoas que perderam suas casas nas enchentes e que se enquadram no perfil das faixas 1 e 2 do Minha Casa, Minha Vida receberão seus imóveis de volta.

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Inflação

Apesar de não falar do impacto da tragédia no Rio Grande do Sul sobre o PIB, governo aumentou as estimativas para a inflação citando esse fator. A previsão para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 3,50% para 3,70% em 2024 e de 3,10% para 3,20% em 2025.

“O aumento nas estimativas para a inflação captura tanto os efeitos da depreciação cambial recente nos preços livres como os impactos das fortes chuvas no Rio Grande do Sul na oferta e nos preços de produtos in natura, arroz, carnes e aves. Os preços desses alimentos devem subir de maneira mais pronunciada nos próximos dois meses, mas parcela relevante desse aumento deve ser devolvida nos meses seguintes, com a normalização da oferta”, diz a secretaria.

No último Focus, as previsões para a inflação também subiram. O mercado projeta que o índice deve terminar o ano em 3,76%, ante 3,72% na semana passada. Para 2025, a estimativa foi de 3,64% para 3,66%.

O secretário da SPE, Guilherme Mello, explicou que, na inflação, as métricas são divulgadas praticamente toda semana, o que permite captar impactos mais rapidamente. Para a atividade econômica, ao contrário, há certa “defasagem”. “Por isso, a gente incorporou às projeções de IPCA os primeiros impactos, mas não fomos capazes ainda, de maneira robusta, de incorporar impactos na atividade”, explicou ele em coletiva de imprensa.

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