Fato raro: entenda como ocorre gravidez de gêmeos com pais diferentes

Goiânia – O caso de uma jovem de Goiás que engravidou de gêmeos com pais diferentes chamou bastante atenção nas redes sociais nesta semana, mas também causou um tanto de confusão.

O médico Túlio Franco, da Faculdade Morgana Potrich (Famp), em Mineiros (GO), acompanhou o caso de perto e explicou ao Metrópoles como ocorreu.

De antemão, Franco já adiantou que não há mistura de material genético dos pais. Um bebê foi gerado com material genético de um pai e o outro bebê com material genético do outro pai.

Esse tipo de gravidez de gêmeos com pais diferentes é denominado superfecundação heteropaternal e é considerada muito rara. O médico disse que um estudo preliminar mostrou apenas 20 casos na literatura médica, sendo esse o 20º.

Duas raridades

Túlio Franco explicou que para uma gravidez rara como essa ocorrer, é necessário inicialmente que a mulher tenha duas ovulações. Ou seja, que ela tenha dois óvulos prontos para serem fecundados.

Além disso, é necessário espermatozóides de dois homens diferentes. A jovem de Goiás teria tido relação sexual com dois rapazes diferentes no mesmo dia.

“A raridade é que coincidiu duas coisas difíceis. Duas ovulações e coincidentemente homens diferentes. Você pega duas coisas que não são comuns e isso multiplica para uma raridade muito maior”, explicou Túlio Franco.

Por uma coincidência do destino, os dois bebês são bem parecidos, segundo o médico, ainda que um deles seja bem mais robusto do que o outro. Um primeiro homem que acreditava ser pai das duas crianças fez teste de DNA, mas apenas um deu positivo. O segundo filho era de outro homem, que não assumiu as crianças.

Esse primeiro homem foi quem registrou os gêmeos e está prestando auxílio, segundo a mãe. Os nomes dos envolvidos não foram revelados para não expor as crianças.