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Farpas, posse e “desculpas”: entenda a tensa relação de Milei e Lula

Desde a campanha eleitoral, o argentino Javier Milei dava sinais de que a relação com Lula não seria fácil. Relembre episódios

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Daniel Bockwoldt/picture alliance via Getty Images / Hugo Barreto/Metrópoles @hugobarretophoto
Presidente da Argentina, Javier Milei e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
1 de 1 Presidente da Argentina, Javier Milei e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Foto: <p>Daniel Bockwoldt/picture alliance via Getty Images / Hugo Barreto/Metrópoles<br /> @hugobarretophoto</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div> </p>

O presidente da Argentina, Javier Milei, desembarca em Santa Catarina neste fim de semana para participar de um evento com lideranças conservadoras. Em sua primeira visita ao Brasil desde que assumiu o cargo, o argentino não vai se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao invés disso, a expectativa é que o líder se reúna com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A viagem acontece em meio a um clima de animosidade entre os chefes dos governos brasileiro e argentino. Na última semana, Milei subiu o tom em críticas contra o petista. Lula, por sua vez, evitou responder às provocações.

Apesar do recente tensionamento, a relação entre os líderes nunca se mostrou boa. Relembre os episódios que evidenciaram falta de sintonia entre Lula e Milei.

“Corrupto” e “presidiário comunista”

As rusgas começaram ainda durante a campanha eleitoral argentina, que terminou com a vitória de Milei, no ano passado. Então candidato ultraliberal, Milei acusou, sem provas, Lula de financiar a campanha de seu oponente, Sergio Massa. Milei também utilizou termos como “corrupto” e “presidiário comunista” para se referir ao brasileiro.

Na época, Lula evitou manifestar apoio público ao candidato peronista, com quem é mais alinhado ideologicamente. Dias antes do segundo turno, no entanto, o petista pediu que os argentinos elegessem um “presidente que goste da democracia”.

Posse

Após a vitória de Milei, Lula reconheceu o resultado das eleições, sem citar o nome do argentino. “Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, disse.

O então presidente eleito da Argentina enviou uma carta ao petista o convidando para sua posse. Mas Lula optou por não ir e mandou o chanceler Mauro Vieira em seu lugar. Por outro lado, o ex-presidente Jair Bolsonaro esteve no evento, a convite de Milei, com uma comitiva de parlamentares bolsonaristas.

“Desculpas” e subida de tom

Já no fim de junho, durante entrevista, o petista comentou a relação com o argentino e exigiu um pedido de desculpas do colega de cargo.

Questionado sobre o país vizinho, Lula falou: “Eu não conversei com o presidente da Argentina, porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas”.

Milei, então, disse não ter motivos para se retratar. “Qual é o problema que o chamei de corrupto? Por acaso ele não foi preso por isso? E o que eu disse… Comunista? Por acaso não é comunista? Desde quando tem de pedir perdão por dizer a verdade? Ou estamos tão doentes de correção política que não se pode dizer nada para a esquerda ainda quando for verdade?”.

Nessa semana, o argentino tornou a falar de Lula ao fazer uma postagem no X (antigo Twitter). “Depois dos ataques de Lula (especialmente sua forte interferência na campanha eleitoral e sólido apoio à campanha mais suja da história), ele reclama porque eu lhe respondo com sinceridade (ele foi preso por corrupção e é comunista)”, escreveu.

“Se tivéssemos feito as coisas como esse grande dinossauro idiota disse, o LLA [partido La Libertad Avanza] teria perdido. Não prestamos atenção nele e vencemos”, completou.

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