“Faraó do bitcoin”: MPF aprova venda de R$ 150 milhões em criptomoedas
A meta é tornar o dinheiro digital em real, mas depende de aval da Justiça. Na casa do Faraó, foram aprendidos R$ 15,3 milhões em espécie
atualizado
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Rio de Janeiro – O Ministério Público Federal (MPF) aprovou a venda de R$ 150 milhões de criptoativos apreendidos na operação Kryptus, que levou para a prisão o ex-garçom Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, o “Faraó dos bitconis”, no dia 25 de agosto. Na casa dele, foram apreendidos mais de R$ 15,3 milhões em dinheiro vivo.
Deflagrada pela Polícia Federal, a Kryptus combateu fraudes no mercado de criptomoedas com a apreensão de valores recordes. A decisão de vender o dinheiro digital foi da Câmara Criminal do Ministério Público Federal. De acordo com o órgão, a transação deve ser feita por meio de uma corretora brasileira.
O valor arrecadado em moeda nacional deve ser depositado em conta judicial, mas a venda ainda depende de decisão da Justiça Federal. Por enquanto, os criptoativos estão em uma conta aberta pelo MPF em uma corretora brasileira. O objetivo da venda é fazer com que o dinheiro digital não perca valor diante da volatilidade do mercado.
A operação Kryptus
A ação, deflagrada no Rio, Ceará, Distrito Federal e em São Paulo, cumpriu 15 mandados de busca e apreensão e cinco foram presos. Foram apreendidos ainda 21 veículos de luxo.
Glaidson é dono de quatro empresas no Rio e em São Paulo, que somam juntas um capital social de R$ 136,2 milhões. A principal delas é a GAS Consultoria & Tecnologia, em Cabo Frio, Região dos Lagos.
O ex-garçom teria ainda ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus. Os advogados da instituição entregaram à Polícia Federal uma planilha, na qual alegam que receberam cerca de R$ 72,3 milhões da GAS, de aplicação de bitcoins. Desse montante, uma única transferência alcançou o valor de R$ 15 milhões em um dia.
De acordo com as investigações, para cometer as fraudes, ele oferecia investimentos com lucro de 10% ao mês – em transações financeiras baseadas no modelo de golpe conhecido como pirâmide, cooptando número crescente de investidores garantindo benefícios em um modelo de operação insustentável.
Outra frente de negócios de Glaidson sob investigação são os investimentos no mercado de criptomoedas.