Familiares e vítimas terão apoio de força-tarefa para superar traumas
Nessa quarta-feira (13), um adolescente de 17 anos e um homem de 25 abriram fogo contra estudantes da escola Raul Brasil
atualizado
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Enviado especial a Suzano (SP) – Uma força-tarefa para auxiliar familiares e amigos das vítimas do massacre no colégio Estadual Raul Brasil deve ser montada ainda nesta semana. Na próxima sexta-feira (15/3), uma reunião de emergência entre representantes do estado, do município e do Ministério da Educação deve definir como será o atendimento à comunidade escolar.
O governo de São Paulo já disponibilizou dois psicólogos e um psiquiatra para atendimento inicial aos familiares. Equipes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) trabalham para ajudá-los a lidar com a perda e o trauma que manchou a cidade de Suzano.
Segundo a secretária substituta de Educação Básica, Iolene Lima, o Ministério da Educação já disponibilizou ajuda à prefeitura de Suzano. “Nos colocamos à disposição, mas ainda está muito recente”, destacou.
Iolene explica que já existe um atendimento psicológico em curso. “Precisamos esperar a decisão do governo de São Paulo. Estamos em contato para ver como será feito esse acolhimento já a partir da próxima segunda-feira”, resumiu.
O ministro da Educação, Vélez Rodríguez, deixou a capital federal na manhã desta quinta-feira (14) rumo a Suzano. Ele participa do velório e, logo em seguida, retorna a Brasília. “Ele vem prestar condolências às famílias e aos amigos das vítimas e nos colocar a disposição para o que for preciso”, adiantou Iolene.
As aulas no colégio estadual Raul Brasil estão suspensas até, pelo menos, a próxima segunda-feira (18). O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decretou luto oficial de três dias após o massacre que deixou 10 pessoas mortas.
Veja imagens do massacre em Suzano (SP):
Entenda o massacre em Suzano (SP)
A escola de Suzano, onde ocorreu o massacre, fica a cerca de 50 quilômetros da capital, São Paulo, e tem ensino fundamental e médio, além de um centro de línguas. Lá estudam cerca de mil alunos e trabalham 121 funcionários.
Vítimas
Entre as vítimas estão duas funcionárias da instituição de ensino, Marilena Ferreira Vieira Umezo e Eliana Regina de Oliveira Xavier. Cinco jovens, todos estudantes do ensino médio, e um comerciante da região também perderam a vida no ataque.
Caio Oliveira, Claiton Antonio Ribeiro, Douglas Murilo Celestino, Kaio Lucas da Costa Limeira, Samuel Melquiades Silva Oliveira estavam no pátio, durante o intervalo das aulas, quando foram surpreendidos pelos tiros.
Jorge Antônio Moraes, dono de uma locadora de veículos que fica ao lado do colégio, foi o primeiro a ser atingido pelos atiradores. Ele seria tio de Guilherme. Jorge foi socorrido e levado ao hospital municipal de Suzano, mas não resistiu.
Durante coletiva de imprensa, o comandante da PM de São Paulo, coronel Marcelo Vieira Salles, afirmou que os agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, impediram que os criminosos entrassem em uma sala de aula e atirassem contra outros 10 alunos, os quais se escondiam no espaço.
Vídeos
Minutos após o ataque, um cenário de horror se formou no colégio Raul Brasil. As imagens mostram alunos caídos no chão e uma grande quantidade de sangue espalhada pelo local. Na gravação, é possível ver ao menos cinco corpos nos corredores da escola.
Estudantes correm no pátio, gritando em direção à pessoa que está gravando. Em desespero, uma aluna pede socorro. “Me ajuda, meu Deus”, berrou, ao sair correndo.
Imagens gravadas por câmeras de segurança na rua da escola filmaram o momento em que os dois atiradores estacionaram um Ônix branco em frente ao colégio e entraram para cometer o massacre. O vídeo foi divulgado pelo site O Antagonista.
Nas imagens, é possível ver o carro estacionando em frente ao portão de entrada da escola. Logo em seguida, o passageiro desce do veículo e parece conversar com o motorista. Com uma mochila nas costas e carregando algo nas mãos, ele deixa a porta por onde saiu aberta e dá a volta por trás do automóvel, parando ao lado da janela do condutor.
O rapaz parece continuar o diálogo com o motorista do carro por alguns instantes, em seguida se vira e entra na escola. O condutor demora no veículo por alguns minutos, mas logo sai com certa pressa e atravessa o portão do colégio. Assim como seu comparsa, ele levava uma mochila nas costas e carregava algo nas mãos. Em poucos segundos, vários adolescentes aparecem fugindo.
Após os assassinatos, Guilherme Taucci Monteiro, o mais novo, matou Luiz Henrique de Castro e cometeu suicídio.