Família se recusa a reconhecer corpo de morador de rua baleado
Parentes disseram que Adalberto Alves de Araújo abandonou a mãe e os irmãos. Além disso, afirmam não ter dinheiro para enterrá-lo
atualizado
Compartilhar notícia
O corpo de Adalberto Alves de Araújo, pessoa em situação de rua, será reconhecido após passar cinco dias no Instituto Médico Legal (IML), no Rio de Janeiro. O homem, de 51 anos, morreu vítima de bala perdida no Recreio dos Bandeirantes, na última quarta-feira (30/10/2019).
De acordo com informações do jornal Extra, o corpo de Adalberto será reconhecido por um voluntário de projeto social que o conhecia porque nenhum dos familiares apareceu no IML. Há três anos, o voluntário, que não quis se identificar, ajudou Adalberto a conseguir segunda via da certidão de nascimento e do documento de identidade. “Não posso deixar que ele seja enterrado como indigente”, afirmou.
A Delegacia de Homicídios (DH) da Capital investiga o caso. Testemunhas relataram que a vítima foi baleada no peito, por volta das 22h, na altura do Posto 12, onde vivia com outros moradores em situação de rua. O homem jantava no momento do crime. O tiro foi disparado durante uma briga de adolescentes.
“Ele abandonou toda a família para viver nas ruas. Quando a minha mãe o procurava, ele sumia e a deixava sozinha. Ele não queria ver ninguém da família em vida. Nós preferimos que ele seja enterrado dessa forma”, argumentou o irmão da vítima, Roberto Alves, 44.
Roberto disse que a família não tem condições financeiras para enterrar a vítima. Um empresário se comoveu com a história e propôs custear todos os gastos com o sepultamento.