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Família em Goiás constrói vida de luxo vendendo notas frias de bebidas

Nove firmas de fachada faturaram R$ 360 milhões com venda de notas falsas para esquentar bebidas roubadas. Sonegação chega a R$ 100 milhões

atualizado

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sonegação fiscal
1 de 1 sonegação fiscal - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – Em pouco mais de um ano, o estilo de vida de uma família em Goiânia mudou drasticamente. Carrões, casas de luxo em condomínios fechados e saldos milionários no banco passaram, de repente, a fazer parte da rotina de um grupo familiar investigado pela Polícia Civil.

A suspeita é de que tudo foi financiado por um esquema de venda de notas frias para comércios de bebidas que sonegou mais de R$ 100 milhões em impostos aos cofres públicos. A diferença no estilo de vida da família mudou tanto que motivou denúncia anônima ao Fisco estadual, vinculado à Secretaria da Economia de Goiás.

E na manhã desta terça-feira (23/2), após investigação conjunta, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT) deflagrou a operação Último Drink, que cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão temporária para desbaratar o esquema.

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Delegacia de Repressão a Crimes Contra Ordem Tributária (DOT)
Um dos presos na Operação Último Drink
Pasta de documentos apreendida na Operação Último Drink
Policial cumpre mandado de busca em imóvel de luxo em Goiânia
Policiais fazem operação contra sonegação fiscal em condomínio de luxo em Goiânia
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Carro de luxo apreendido na Operação Último Drink

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Um dos presos na Operação Último Drink

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Pasta de documentos apreendida na Operação Último Drink

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Policial cumpre mandado de busca em imóvel de luxo em Goiânia

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Policiais fazem operação contra sonegação fiscal em condomínio de luxo em Goiânia

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Entraram no radar da apuração da polícia nove empresas que foram abertas em Goiânia com registro de distribuidoras de bebidas. Todas, segundo a investigação, são vinculadas ao mesmo grupo familiar e tinham arrecadação incompatível com a dimensão do negócio. Elas faturaram, juntas, desde o início das atividades, R$ 360 milhões.

A suspeita surgiu, a princípio, em razão dessa incompatibilidade. Descobriu-se, depois, que, na verdade, as empresas não vendiam bebidas, mas notas frias para empresas de outros estados, com o intuito de “esquentar” ou legalizar cargas de bebidas roubadas e até de bebidas destiladas falsificadas. Tudo, com o auxílio de escritórios de contabilidade, também investigados.

Esquema nacional

As notas frias chegaram a empresas revendedoras de bebidas de estados, como Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e São Paulo. Era feita a simulação da venda das bebidas em outros estados, aproveitando-se de alíquotas de impostos menores que as de Goiás, e as empresas de fachada criadas em Goiânia cobravam em torno de 5% do valor informado em cada nota emitida.

O patrimônio da família cresceu rapidamente, segundo o delegado da DOT, Rodrigo Mendes. Nas buscas realizadas nesta manhã, a polícia apreendeu nas residências dos suspeitos uma Dodge RAM, uma BMW, uma Toyota Hilux e um Honda Civic. Encontraram, ainda, mais de R$ 40 mil em espécie, quatro armas de fogo, também em situação ilegal, e mais de 100 munições.

Sangria

A sonegação de impostos é um fantasma que assola o Brasil. Levantamento feito no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) aponta que o País deixa de arrecadar mais de R$ 417 bilhões por ano com tributos, devido às sonegações de empresas.

Ações e denúncias contra empresas e grupos dos mais diferentes portes são realizadas constantemente pelos governos com o objetivo de cessar tamanha sangria de recursos de deixam de entrar nos cofres públicos. O foco é tanto na fiscalização interna dos estados quanto nas rodovias, divisas e fronteiras.

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