Família diz que paranaense morta na França era agredida pelo marido
Na última sexta, corpo da a vítima foi encontrado com diversos golpes de faca pelo corpo no apartamento onde morava com o companheiro
atualizado
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A paranaense Franciele Alves, encontrada morta na última sexta-feira (25/9) no apartamento onde morava com o marido e dois filhos na França, já tinha reclamado à família que o relacionamento com Rodrigo Martin não estava bem. De acordo com os familiares que moram em Paiçandu, no norte do Paraná, a vítima relatou que tinha sido agredida e era impedida de sair de casa. As informações são do G1.
Leandro Gabriel Torres da Silva, o irmão da vítima, diz como eram as conversas com Franciele: “Ela relatou que foi agredida várias vezes por ele. O Rodrigo impedia ela de sair, monitorava a vida dela. Um tempo atrás ela disse ‘não se case com o diabo’. A Franciele pediu ajuda em uma igreja de lá, os dois tiveram assistência de casal, ele se comprometeu a mudar, mas não foi isso que aconteceu”.
O casal estava junto há 5 anos e deicidiu mudar de país para melhorar a vida da família. Franciele e Rodrigo moravam de forma ilegal na França.
O irmão lembra ainda que, com a mudança, as coisas ficaram difíceis: “Quando moravam em Paiçandu eram unidos, a nossa família considerava o Rodrigo um amigo. De um tempo para cá, ele começou a mudar, alguma coisa mudou na cabeça dele. Ela [Franciele] ficou recuada, ele impedia ela de pedir ajuda. Há um tempo, pediu ajuda, disse que o Rodrigo ia acabar matando ela”.
Mensagens
Os familiares ressaltam ainda que Rodrigo questionava a mulher sobre as mensagens no celular, como o conteúdo de uma conversa que ela teve com a madrinha.
Com o pai, Franciele desabafa em outra conversa por aplicativo: “Ele precisa saber que o que ele me faz está sendo ruim para nós. Ele sempre diz que vai mudar, mas ele nunca muda. Vamos ver se ele vai melhorar agora”.
O caso
Na sexta, a vítima foi encontrada morta, com diversos golpes de faca pelo corpo, no apartamento onde morava com o marido, em uma cidade perto de Paris.
Na ocasião, o filho do casal, de 2 anos, e o enteado de Rodrigo, de 4 anos, foram deixados na casa do patrão dele. Rodrigo se entregou à polícia francesa no sábado (26/9).
As crianças
A família afirma que a preocupação é com as crianças, que estão sob proteção da Justiça francesa. “A nossa maior preocupação é trazer as crianças para casa, trazer os dois em segurança, não vamos deixar eles desamparados”, disse Leandro.
Os familiares afirmam, porém, que não têm dinheiro para trazer o corpo para o Brasil. Eles vão recorrer ao Itamaraty para pedir ajuda. Na França, o irmão de Franciele diz que um grupo de mulheres está concentrando doações em dinheiro para poder ajudar no pagamento do translado do corpo e também para trazer as crianças ao Brasil.
“Ela sempre buscou a melhoria de vida para ela, para os filhos e para nossa família. Isso era o sonho dela. Ele [Rodrigo] tirou a vida de uma família inteira, ela era a luz, sempre nos apoiou e nos incentivou. Queremos Justiça”, concluiu o irmão.