Família de Moïse recebe concessão de quiosque onde congolês foi morto
Família do congolês Moïse Kabagambe poderá ocupar os quiosques Tropicália e Biruta para um memorial ao jovem até 2030
atualizado
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Rio de Janeiro – A Orla Rio, a pedido da Prefeitura do Rio, concedeu permissão para que a família do congolês Moïse Kabagambe ocupe os quiosques Tropicália e Biruta para um memorial ao jovem. Foi entre os dois bares que o congolês foi espancado até a morte. Ele cobrava salário atrasado do Tropicália quando funcionários do Biruta o agrediram.
O Tropicália tem disponibilidade imediata para a família, já o Biruta só poderá ser ocupado após conclusão de trâmites judiciais. A concessão deve seguir até fevereiro de 2030, período em que a Orla Rio está à frente dos quiosques do Rio.
Na tarde desta segunda-feira (7/2), o prefeito Eduardo Paes recebeu a família do congolês, além de representantes da concessionária, OAB-RJ e das secretarias de Direitos Humanos, da Cidadania, e da Fazenda e Planejamento.
Durante o evento, que tinha como finalidade entregar uma carta de compromisso à família, Paes afirmou que a Orla Rio se comprometerá a reformar o local e dar assistência aos parentes de Moïse durante a fase inicial. Além disso, eles não terão aluguel cobrado até o fim da concessão da Orla Rio.
“A prefeitura vinha buscando de alguma maneira dar uma assistência. Um assassinato cometido da maneira tão brutal não pode ser tratados como se fosse algo normal e corriqueiro na nossa cidade, no nosso país”, afirmou Paes. “Nossa cidade repudia o crime brutal ao qual Moïse foi vítima. Nós queremos que essa memória viva e que esse ato brutal seja permanentemente lembrado para que as pessoas não repitam”, completou o prefeito.
Samir, um dos irmãos de Moïse, agradeceu pela solidariedade: “A gente sabe que essa ação contra meu irmão não é o coração de todo o povo brasileiro”, disse na ocasião.
Como será daqui para frente
Os detalhes sobre a gestão dos quiosques ainda não estão definidos. No entanto, o prefeito Eduardo Paes afirmou que inúmeras instituições têm procurado a prefeitura para oferecer suporte à família do congolês.
Até o momento, a administração municipal e a Orla Rio apresentaram a Fundação João Diamante, que utiliza a gastronomia como ferramenta de transformação; a Danni Camillo, para gestão de comidas e alimentos; e o Instituto Akhanda, destinado à implementação de políticas públicas fundamentais no desenvolvimento humano.
Proposta inicial
O plano feito pela Prefeitura e pela Concessionária visa que o local seja voltado para pessoas refugiadas. “Aquele espaço ali vai ser destinado a pessoas como Moïse, que teve uma situação trabalhista precária, sem direito trabalhista nenhum e um trabalho exaustivo. Ali, vão assumir esses casos, garantindo direitos trabalhistas a quem for ocupar”, explicou o procurador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego.