Família de bebê morto com socos e mordidas denuncia maus-tratos
“Ela nunca foi mãe e meu irmão sabia disso, mas gostava muito dela”, diz Bruna Neves, de 36 anos, é irmã do pai de Anthony
atualizado
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A família do pai do bebê que morreu após receber socos e mordidas em Praia Grande, no litoral de São Paulo, acredita que essa não foi a primeira vez que a criança foi agredida. As informações são do G1.
Em reportagem publicada nesta terça-feira (07/01/2020), parentes da criança disseram que a mãe não cuidava bem dos filhos e que o pai das crianças já tinha pedido para que a família ficasse de olho nos meninos.
Bruna Neves, de 36 anos, é irmã do pai de Anthony e contou ao G1 que a mãe do bebê, Giulia Cândido, de 21 anos, e o irmão tiveram um relacionamento longo que acabou há pouco tempo.
“Ela nunca foi mãe e meu irmão sabia disso, mas gostava muito dela. Por ela, as crianças viveriam jogadas, meu irmão era quem cuidava. Quando ele estava perto ela tratava eles bem, quando não estava não tratava”, destacou.
Atendendo ao pedido do irmão, Bruna chegou a passar alguns fins de semana com as crianças após ele ser preso, mas depois que Giulia começou a se relacionar com Ronaldo Silvestrini Junior, de 22 anos, a jovem decidiu se mudar da cidade e a tia passou a ver menos os sobrinhos.
“Eu acho que essa não foi a primeira vez que ele apanhou. O que eles fizeram com o meu sobrinho não se faz com um bebê, um bebê de 1 ano. É um absurdo e eles têm que pagar por isso”, finalizou.
A avó paterna, Sílvia Helena Marcelino de Moraes, disse que já havia recebido informações de que os netos eram maltratados. “Todos os vizinhos da rua falavam que ela judiava muito da criança. Inclusive, uma amiga disse que ela batia no mais velho como gente grande”, contou.
Agressão e morte
O padrasto foi detido por homicídio triplamente qualificado e a mãe por falso testemunho, com fiança fixada em dez salários mínimos. O caso segue investigado pelo DP Sede de Praia Grande.
Anthony foi levado pelo padrasto à Unidade de Pronto Atendimento Samambaia por volta das 23h40 de domingo (05/01/2020), já sem vida. A Polícia Militar foi chamada depois que os enfermeiros de plantão encontraram hematomas, fraturas e mordidas no corpo da criança.
De acordo com o relato das testemunhas à polícia, a criança chegou à unidade de saúde com sangue na boca, sendo carregado por Ronaldo. O bebê tinha uma mordida no rosto que o padrasto afirmou ter sido feita por um filhote de cachorro da família.
O casal foi preso em flagrante nesta segunda-feira (06/01/2020) após levar Anthony Daniel de Andrade Moraes, de um 1 e 3 meses, já morto para o hospital.
No atendimento, a equipe médica constatou diversas fraturas, mordidas no rosto e hematomas espalhados pelo corpo do bebê. Os dois disseram que Anthony teria caído da escada dois dias antes mas, após suspeitas da polícia, foram detidos.