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Família de advogada presa por racismo se desculpa: “Doeu em nós”

Segundo a família, ela sofre há anos de problemas mentais e “já agrediu de forma física e moral muitas pessoas, inclusive parentes”

atualizado

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1 de 1 Advogada-racismo - Foto: Reprodução/TV Globo Minas

A família de Natália Burza Gomes Dupin, de 36 anos, presa semana passada por injúria racial a um taxista, divulgou nota neste domingo (08/12/2019) pedindo desculpas à vítima e alegando que ela tem problemas psíquicos.

Segundo a família, ela sofre há anos de problemas mentais e “já agrediu de forma física e moral muitas pessoas, inclusive sua própria família”. “Pedimos compaixão.”

Natália foi presa quinta-feira (05/12/2019) depois de dizer ao taxista Luiz Carlos Alves Fernandes, de 51 anos, que precisava de um táxi, mas que não seria o dele porque não andava com “preto“.

Segundo a PM, o motorista alegou que a mulher não poderia dizer aquilo, porque era crime; ela respondeu: “Eu não gosto de negro, sou racista, sou racista mesmo”. E, na sequência, cuspiu no pé dele. Fernandes chamou a PM, que a prendeu. Uma das policiais foi chamada por ela de “sapata”.

Ela deixou a delegacia aos gritos de “racista”. Natália ficou presa até sábado (07/12/2019), quando a Justiça determinou sua liberdade provisória mediante pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil.

Leia a íntegra da nota oficial divulgada pela família:

“Precisamos falar sobre isso.

Sentimos muito pelo que aconteceu com o Sr. Luís Carlos Alves Fernandes e com todos os envolvidos. Pedimos sinceras desculpas àqueles que sofrem preconceito diariamente em nosso país. Podem ter certeza, doeu em todos nós.

Racismo é uma realidade brutal e inaceitável.

Mas quero informar algo que ainda não foi publicado. A Natália é uma pessoa com transtornos psíquicos. Atestada há anos por profissionais da saúde. Sabemos que alegar doença mental no nosso país é algo que foi banalizado. Não é esse o caso.

Nossa irmã já tentou suicídio por diversas vezes, já agrediu de forma física e moral muitas pessoas, inclusive sua própria família que é quem a protege e a ama (independentemente da cor, orientação sexual, crença etc). Já foi internada, já recebeu eletroconvulsoterapia. Nas últimas semanas, tentávamos uma vaga em um hospital psiquiátrico, mas infelizmente, não conseguimos. Essa também é outra realidade inaceitável.

Para quem não conhece a doença, ela altera o comportamento e produz uma neurose e mania de perseguição, além de causar um comportamento agressivo e imprevisível. Só quem tem alguém próximo com essa doença pode entender a dor que passamos há anos e estamos passando agora. Pedimos compaixão.

Precisamos falar sobre racismo. Também precisamos falar sobre transtornos psíquicos que atingem de forma universal milhões de pessoas.

Assinam esta nota os irmãos.”

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