Falta de fiscalização permite “viagem da Covid” e perigo no BRT do Rio
Um dia após o prefeito anunciar que assumirá a operação das vias expressas, o Metrópoles registrou cenas de desrespeito a medidas sanitárias
atualizado
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Rio de Janeiro – Um dia após o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), anunciar que vai assumir a operação dos três corredores expressos BRT da cidade, o Metrópoles embarcou na linha Transoeste e identificou o sofrimento que os passageiros passam diariamente, durante a viagem, diante da insegurança dos veículos.
Foram observadas portas abertas e sem manutenção, e veículos lotados, em descumprimento a protocolos sanitários e medidas de prevenção contra a Covid-19.
Veja a viagem feita pela repórter fotográfica Aline Massuca:
A falta de fiscalização permite que passageiros sem máscara realizem o trajeto aglomerados por cerca de uma hora, entre Santa Cruz e Barra da Tijuca, na zona oeste. As cenas de desrespeito foram registradas no dia em que o Brasil bateu recorde de mortes, com 1.840 óbitos.
“Tem que ter mais ônibus para a gente”, disse a dona de casa Solange Miranda.
Na tarde de quarta-feira (3/3), o prefeito carioca afirmou que colocar o serviço para funcionar de verdade será a “nova Olimpíada” do mandato. Eduardo Paes era o prefeito em 2016, ano dos Jogos Olímpicos no Rio.
“É para licitar, e não para devolver depois, como fez o Crivella (com a intervenção). Assumir a operação é um meio para depois licitarmos. Eles tratam a população como gado”, ressaltou o prefeito.
Menos ônibus
Paes afirmou que, quando inaugurado, o sistema do BRT contava com 400 ônibus. Hoje, são 200 em circulação – a metade. O prefeito também citou a situação das estações fechadas, e disse que já comunicou o consórcio sobre a decisão da prefeitura.
A intervenção citada por Paes aconteceu em fevereiro de 2019, quando o ex-prefeito Marcelo Crivella resolveu intervir no sistema, processo que durou seis meses.
“Peguei o BRT na Estação Salvador Allende e quase desmaiei”, relatou Ivanilda Batista.
O Metrópoles questionou a prefeitura e o Consórcio BRT sobre a falta de fiscalização, mas ainda não teve retorno.