Falso religioso que usava nome de padre Robson em golpes é preso em GO
Investigado afirmava ser responsável por viagens de peregrinação e se apresentava como “falso padre”
atualizado
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Goiânia – Um homem de 55 anos que se passava por padre foi preso nesta terça-feira (9/3) por estelionato no município de Anápolis, a 55 km da capital goiana. Segundo a Polícia Civil de Goiás, uma das vítimas teve prejuízo estimado em R$ 15 mil.
Entre os golpes do suposto padre, estava a organização de peregrinações, levando as vítimas a realizarem depósitos para viagens que jamais seriam realizadas. O homem afirmava que a quitação de dívidas não era realizada por problemas envolvendo o Padre Robson de Oliveira, ex-reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, também investigado em uma operação do Ministério Público de Goiás (MPGO).
O mandado de prisão preventiva do investigado foi cumprido após operação da 1ª Delegacia Distrital de Polícia (DDP) de Formosa, no Entorno do DF, em conjunto com a 1ª Delegacia Distrital de Polícia de Anápolis, onde o homem foi preso.
De acordo com a corporação, a investigação começou depois que um conhecido empresário de Formosa procurou a delegacia local para registrar ocorrência contra o falso padre. No documento, o homem relatou que possivelmente havia caído em um golpe aplicado por alguém que se apresentava como “Padre Geraldo”.
Conforme o relato, o empresário informou que o falso padre apresentava amplo conhecimento no tocante a assuntos religiosos e se valia desta condição para enganar as vítimas. O empresário comprou do estelionatário diversos artigos, como terços, bíblias e viagens, sem qualquer contrapartida.
Segundo a Polícia Civil, o investigado tem uma agência de viagens no nome dele, da qual ele utilizava para aplicação dos golpes.
Durante as investigações, agentes descobriram que o falso padre já havia sido condenado por outros crimes e cumpria pena no regime aberto.
A Polícia Civil afirma que os crimes praticados pelo estelionatário não possuem relação alguma com as investigações que envolvem o padre Robson de Oliveira.
Escândalo
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o padre Robson de Oliveira e mais 17 pessoas por organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro doado por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe).
O padre, um dos mais famosos e populares da Igreja Católica no Brasil, é figura central numa suspeita de desvio de dinheiro doado por fiéis. Ele está afastado das missas e proibido, por decreto canônico, de se manifestar, desde agosto do ano passado, quando o escândalo veio à tona.