Falha em sistema da Saúde afeta análise da gripe em SP, diz secretário
Secretário de Saúde diz que estado não deve definir sozinho se antecipa campanha de vacinação por causa de nova cepa da gripe
atualizado
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São Paulo – O secretário estadual da Saúde de São Paulo em exercício, Eduardo Ribeiro, afirmou ao Metrópoles nesta terça-feira (21/12) que o estado não pretende antecipar a campanha de vacinação contra a gripe por enquanto, e que as instabilidades no sistema do Ministério da Saúde têm gerado dificuldades para o monitoramento da real situação da Influenza no estado.
“Nós temos fragilidades de informação por conta da instabilidade do sistema federal, estamos monitorando os serviços no âmbito dos municípios. As prefeituras abastecem os dados no Sivep-Gripe, mas isso não está sendo contabilizado, e este dado não vira informação devolvida para as secretarias para que isso possa gerar estratégias de política pública, o Ministério está acéfalo neste sentido há semanas”, disse.
O Ministério informou, nesta terça, que o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), o sistema de registro E-SUS Notifica e o Sistema de Regulação (Sisreg) foram restabelecidos.
Ribeiro explicou que, por enquanto, pelo que é observado, não há caracterização de um surto de gripe em São Paulo, e que ainda não se sabe se o aumento de doenças respiratórias em alguns municípios são apenas Influenza.
Isso porque, de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde, só são de notificação compulsória os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que viram internação nos hospitais. É o sistema Sivep-gripe que guarda essas informações.
A capital paulista tem observado um aumento nos atendimentos de pacientes com sintomas respiratórios na rede pública desde o início de dezembro. No estado, porém, os últimos dados de gripe/Influenza são de novembro.
Vacinação
Com o surto de Influenza que atingiu o Rio de Janeiro, a cidade fez uma campanha de emergência de imunização contra a gripe. Mas no estado, segundo o secretário, é preciso “cautela” nessa antecipação por enquanto – a campanha tradicionalmente ocorre entre abril e agosto – porque a vacina disponível hoje pode não conter a atual cepa, a H3N2.
“A vacina que existe é remanescente da campanha anterior, ela não é a melhor estratégia neste momento. A melhor estratégia é enfrentar a atual cepa, mas para isso o Ministério precisa fazer o que ele não costuma fazer, que é agir com diligências”, disse.
As vacinas contra a gripe são modificadas todos os anos, de acordo com a variante que predominou no ano anterior. No Brasil, quem produz esses imunizantes para as campanhas nacionais de vacinação é o Instituto Butantan.
Ele explicou que a decisão se São Paulo vai fazer a vacinação com o imunizante que tem agora disponível ou se vai aguardar o novo composto “não vai ser tomada individualmente pelo governo do estado de São Paulo”.