Fala de Bolsonaro contra projeto de combate à pobreza volta a circular
No trecho, de 22 anos atrás, o presidente se diz orgulhoso de ter votado contra a proposta e defende controle de natalidade
atualizado
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Após a aprovação da PEC dos Auxílios, voltou a circular nas redes sociais um áudio gravado em 2000 no qual o presidente Jair Bolsonaro (PL), na época deputado federal, se diz orgulhoso de ter votado contra o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza.
Ele foi o único contrário à proposta, que destinou R$ 2,3 bilhões de recursos para o saneamento básico e programas sociais, em especial, o Bolsa Escola, precursor do Bolsa Família. Ouça:
Em 2000, Jair Bolsonaro não só foi o ÚNICO deputado a votar CONTRA a criação do Fundo de Auxílio à Pobreza, como se orgulhou de ter feito isso e disse que só votaria a favor caso a proposta viesse junto com um controle de natalidade!!!
🚀 Bora subir? JAIR ODEIA POBRE pic.twitter.com/y1sBobnVwz
— Desmentindo Bolsonaro (@desmentindobozo) July 14, 2022
Na gravação, Bolsonaro afirma que o projeto aumentaria impostos, além de incentivar que a “classe pobre cada vez mais tenha filhos”.
“Eu me orgulho de ter votado contra o Fundo de Pobreza. Me orgulho e muito, seu presidente, porque é um fundo que aumenta imposto, aumenta a CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira], aumenta o IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados]”, disse. “O combate à miséria e à fome passa por uma rígida política de controle da natalidade”, defendeu Bolsonaro.
“Então, até aprovaria essa proposta, vindo junto com uma política de controle de natalidade. Porque nós estamos, na verdade, estimulando que a classe pobre cada vez tenha mais filhos. Principalmente agora que eles estão sabendo que deve uma grande parte, uma totalidade desse dinheiro, ser empregado no programa chamado Bolsa Escola. Ou seja: ‘eu quero ser reprodutor, quanto mais filho eu tiver mais salário mínimo eu vou ganhar'”.
Após a divulgação do áudio, a frase “Jair odeia pobres” ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.
A PEC dos Auxílios, aprovada nessa quarta-feira (13/7), prevê a injeção de R$ 40 bilhões em recursos para criar e ampliar benefícios a poucos meses das eleições. O “pacote de bondades”, que incluiu o aumento do valor pago para as famílias beneficiárias do Auxílio Brasil e a criação de programas como o Voucher-caminhoneiro e o Vale-gás, já chega a R$ 451 bilhões.
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