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Fake news recentes tentam colocar eficácia da Coronavac em xeque

Nesta edição de A Semana em Fakes, Edgard Matsuki, editor do Boatos.org, comenta notícias recentes que questionam a eficácia da Coronavac

atualizado

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Gustavo Moreno / Especial para o Metrópoles
Vacina
1 de 1 Vacina - Foto: Gustavo Moreno / Especial para o Metrópoles

Quando o governo federal, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, começou a mudar de postura em relação à vacinação, a desinformação sobre imunizantes chegou, inclusive, a arrefecer. Isso durou pouco tempo. Na última semana (e dias anteriores), presenciamos novos ataques a vacinas, principalmente, à Coronavac.

A primeira das informações erradas apontou para um suposto relatório de alerta ao Brasil, o qual afirmava que a Coronavac não poderia controlar a pandemia. Na realidade, o que foi chamado de relatório consiste nas aspas de uma entrevista a um tabloide britânico. Além disso, a matéria fornecia dados incorretos sobre eficácia da vacina em testes.

Não demorou muito para aparecer uma notícia falsa que apontava que o governador de São Paulo, João Doria, havia optado por tomar o fármaco da Pfizer. A informação também não procedia. Doria tomou a Coronavac, como prova a própria carteira de vacinação dele.

Já nesta semana, uma notícia que apontava que a UTI do Hospital Sírio-Libanês (em São Paulo) estaria lotada de pacientes vacinados contra a Covid-19 começou a ser utilizada como “prova de que a vacina não imuniza”. Além de, em algumas versões, a fonte da informação estar errada, o próprio hospital negou essa hospitalização em massa, e dados sobre a internação de vacinados provam o contrário do que foi apontado.

As fake news sobre a vacina não pararam por aí. Ainda nesta semana, uma mensagem apontava que um teste de anticorpos após a segunda dose provaria que a Coronavac não tem eficácia. A informação também é falsa. Testes do tipo não indicam, necessariamente, se a pessoa está imunizada ou não.

Para terminar, uma tese bizarra que apontava que vacinados com a Coronavac passariam a ter um efeito magnético de “grudar moedas no braço” também circulou na web. Não é preciso nem dizer que a balela não só não fazia sentido e que tudo não passava de um truque barato.

Essa enxurrada de ataques contra a Coronavac não é algo do acaso. Na realidade, contestar a vacina em questão significa atacar três dos principais alvos prediletos de bolsonaristas: 1) o governo estadual de São Paulo, comandado por João Doria; 2) a China e o “comunismo” do país asiático; e 3) os imunizantes em geral, fundamental escopo de críticas de movimentos conspiracionistas antivacinas.

A respeito deste tipo de fake news, temos que fazer o mesmo de sempre: 1) não dar ouvidos a informações vindas de fontes não confiáveis; 2) checar o conteúdo recebido em redes sociais; e 3) confiar na ciência. Neste sentido, a ciência atesta: a vacina é o caminho para acabar com a pandemia, e a Coronavac cumpre o seu papel de proteção à população, assim como outros fármacos aprovados pelas autoridades sanitárias.

Trends da semana

As palavras mais buscadas no Boatos.org nos últimos sete dias foram, em ordem decrescente, ToyotaWhatsappWhatsAppIvermectina, México fezArgentinaCoronavacHospital sírio, China recomenda cloroquina e vale-gás.

Nos últimos sete dias, os desmentidos mais lidos do Boatos.org foram, em ordem decrescente, sobre uma promoção falsa em nome da Toyota, sobre um suposto vídeo do MC Kevin caindo da sacada, sobre a mensagem “Eu não autorizo do WhatsApp”, sobre uma suposta mudança de configuração nos grupos do WhatsApp e sobre um suposto ataque a avicultores e suinocultores na Argentina.

No Twitter, a matéria com maior engajamento foi a que desmentia o vídeo atribuído à queda de MC Kevin. No Facebook, a matéria mais compartilhada foi a que desmentia um invasão de urnas eletrônicas brasileiras nos EUA. No Instagram, o conteúdo com maior engajamento era o que falava sobre um suposto alerta do Dr. Roberto Kalil sobre a Coronavac. Por fim, no Telegram, o texto mais visto foi o desmentia que Lula havia doado dinheiro ao Hamas. O vídeo mais visto no YouTube foi o que desmentia o vídeo da queda de MC Kevin.

Edgard Matsuki é editor do site Boatos.org, site que já desmentiu mais de 6 mil notícias falsas

Uma das novidades do Boatos.org para 2021 é a seção A Semana em Fakes. Periodicamente, faremos análises sobre os assuntos mais recorrentes em termos de desinformação na internet. Este conteúdo ficará aberto para republicação em outros veículos de mídia. No momento, publicamos o conteúdo no Portal Metrópoles, Portal T5 e Conexão Marília (caso tenha interesse, entre em contato com o Boatos.org para saber as condições). Para ver todos os textos da seção, clique aqui.

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