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Fake news afetam investigação sobre atentado a Bolsonaro, diz Jungmann

O ministro afirmou que a expectativa é apresentar os resultados da investigação sobre o ataque antes do 1º turno das eleições

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
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1 de 1 jungmann-840×577 agencia brasil - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta sexta-feira (14/9) que montagens de vídeo, teorias conspiratórias e fake news envolvendo o atentado ao candidato do PSL a presidente nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, estão afetando as investigações. Segundo Jungmann, há muitas pistas espalhadas sobre o caso e todas estão sendo investigadas, o que afeta a conclusão da apuração policial.

“Toda e qualquer pista e informação está sendo minuciosamente investigada. Há um esforço para, no mais curto tempo, apresentar esses resultados”, disse. Jungmann esteve em São Paulo nesta sexta para conhecer o programa Detecta, sistema de monitoramento de delitos com mais de três mil câmeras criado há 4 anos.

O ministro afirmou que a expectativa é apresentar os resultados da investigação sobre o atentado antes do 1º turno das eleições (marcado para 7 de outubro), mas evitou cravar um prazo. A polícia abriu um inquérito contra Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, que foi preso após confessar ter esfaqueado Bolsonaro. O governo avalia a possibilidade de abertura de um segundo inquérito caso haja necessidade de mais esclarecimentos.

“Minha esperança é que hoje tivéssemos isso (os resultados e a definição da necessidade de um segundo inquérito). Mas você tem as mídias, os dados, as informações do agressor, e depois todas essas pistas que você vê espalhadas por aí”, afirma Jungmann.

Segundo ele, dois vídeos divulgados virtualmente já foram verificados como falsos. Em um deles, uma mulher teria aparecido entregando uma faca ao agressor. Segundo Jungmann, a mulher do vídeo é, na verdade, uma policial. Outro vídeo de um homem dando um soco em Bolsonaro na tarde do ataque também é montagem.

Único envolvido?
Logo após a facada em Bolsonaro e a prisão de Adélio, o círculo político mais próximo ao presidenciável passou a colocar em dúvida a tese de que o criminoso agiu sozinho – a mais forte até agora na investigação da PF.

Os simpatizantes de Bolsonaro promoviam uma caçada à identidade de pessoas que apareciam nos vídeos gravados no momento do ataque, distribuídos por redes sociais e aplicativos como Facebook, WhatsApp e Twitter, além da plataforma Reddit, espécie de fóruns para colagem de conteúdo sobre um mesmo assunto. O auge da ação ocorreu entre as últimas sexta (7) e a segunda-feira (10).

Conforme o Estado informou, a Polícia Federal tem se preocupado com uma espécie de apuração coletiva informal, realizada na internet por apoiadores do presidenciável, para apontar envolvidos no atentado à faca sofrido pelo deputado.

A “caçada virtual” levou pessoas apontadas erroneamente como “suspeitas” a denunciarem o caso às autoridades. Essa movimentação em busca de culpados causou apreensão também entre integrantes da campanha, que vieram a público pedir cautela. O objetivo é evitar que pessoas sem vínculo com o atentado, entre eles um segurança do candidato, virassem alvo de agressões.

Escolta para Haddad
Por meio de nota, a PF orientou que relatos sobre crimes devem ser feitos preferencialmente de forma presencial nas delegacias e que outra opção é a ouvidoria do órgão na internet.

Após o ataque a Bolsonaro, o único candidato que solicitou segurança à PF foi Fernando Haddad (PT), oficializado candidato esta semana. O governo federal fará uma análise de risco para determinar a equipe que acompanhará o petista. “Mas ele terá pelo menos 25 agentes federais”, afirma o ministro. Além de Bolsonaro, Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) contam com escolta federal.

Modelo
O ministro se reuniu nesta sexta com o secretário-adjunto da Segurança Pública de São Paulo, Sérgio Turra Sobrane, que apresentou o funcionamento do Detecta. O governo federal estuda incorporar o modelo do sistema paulista de monitoramento do crime ao Serviço Único da Segurança Pública (SUSP).

Na próxima segunda-feira (17/9) em Brasília, será apresentado um conselho que vai atuar no SUSP, a nova política nacional de segurança pública. O objetivo é unificar a base de dados das polícias, integrando nacionalmente as forças policiais.

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