Rio de Janeiro – A investigação policial sobre as mortes de três crianças em Belford Roxo indica uma operação de queima de arquivo promovida por lideranças da facção Comando Vermelho diante da intensa mobilização das autoridades para solucionar o caso. Dos cinco indiciados pelos assassinatos dos meninos, três foram mortos.
De acordo com o relatório da investigação, divulgado nesta quinta-feira (9/12) pela Polícia Civil do Rio, houve uma “ruptura na estrutura do tráfico” do Castelar, a comunidade onde os meninos foram mortos por traficantes.
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Alexandre da Silva,10; Lucas Matheus da Silva, 8; e Fernando Henrique Ribeiro, 11, desapareceram em 27/12/2020, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense (RJ)
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Os três garotos saíram de casa de manhã para brincar no campo de futebol ao lado do condomínio onde moravam e não retornaram na hora do almoço
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O dono de um bar situado no bairro Areia Branca, em Belford Roxo, disse que viu as crianças um dia após saírem de casa. Imagens de uma câmera confirmaram o relato
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A polícia começou a investigar o envolvimento de traficantes do Complexo do Castelar no desaparecimento das crianças
Marcos Paulo Ribeiro Lopes, Comunicação Social da Prefeitura de Belford Roxo
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Ao revisar imagens registradas por câmeras de segurança instaladas em imóvel no bairro vizinho, os promotores identificaram os três andando pela rua na data em que sumiram
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Na época, a polícia trabalhava com a hipótese de que o sumiço dos meninos estaria ligado ao roubo de pássaros do tio de um gerente de tráfico do Castelar, o Stala
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8 de 17Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Segundo as investigações, os meninos teriam sido capturados pelos traficantes quando retornavam para casa. Foram espancados e torturados. Um deles teria morrido durante a sessão de tortura. Os outros dois foram mortos em seguida
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Um homem testemunhou contra o irmão e afirmou que o parente jogou os corpos das crianças, em sacos plásticos, no rio que faz limite entre os municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias. O local é conhecido como desova de cadáveres
Aline Massuca/Metrópoles
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A polícia chegou a encontrar restos mortais no local. Porém, as ossadas não eram das vítimas
Aline Massuca/Metrópoles
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As crianças teriam sido espancadas e mortas a mando de José Carlos dos Prazeres Silva, conhecido como Piranha, traficante da região
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Às vésperas de completar um ano do desaparecimento, 51 pessoas se tornaram alvo de ação da polícia. Desses, 33 suspeitos foram presos pelo caso. Dos investigados, 5 são acusados do triplo homicídio, com ocultação de cadáver
Reprodução de vídeo
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Tia Paula teria participado da operação para sumir com os corpos dos meninos. Ela era envolvida com o Stala. Os dois foram mortos por outros traficantes do Castelar, contrários à execução dos meninos
Divulgação
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As investigações apontam que a autorização para matar os meninos foi dada por Doca, integrante do Comando Vermelho, sem saber que eram crianças. Os traficantes passaram a negar a morte delas dentro da própria facção
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Assim, de acordo com a polícia, instaurou-se um tribunal do tráfico no Castelar, dentro da facção. Stala, Piranha e Tia Paula teriam sido mortos por causa da execução dos três meninos
Tânia Rego/Arquivo/Agência Brasil
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Uma conversa entre dois traficantes, interceptada pela polícia, é uma das provas no inquérito sobre o desaparecimento dos meninos
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A polícia relata que o traficante conhecido como Estala (Willer Castro da Silva), apontado por sua participação no crime, foi convocado para uma reunião na Vila Cruzeiro sendo executado ao chegar ao local. O mesmo ocorreu com Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula, que acabou morta e esquartejada, além de ter o corpo carbonizado.
O terceiro executado dos cinco indiciados por participação direta nas mortes das crianças é o traficante Piranha (José Carlos Prazeres da Silva).
Outros dois criminosos, conhecidos como Guil e Farol (Leandro Alves de Oliveira), ambos associados às mortes dos meninos, também acabaram executados por orientação da cúpula do Comando Vermelho, de acordo com o relatório da Polícia Civil.
Nesta quinta-feira (9/12), os agentes da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense cumpriram 33 mandados de prisão dos 56 expedidos pela Justiça – todos relacionados ao caso dos três meninos de Belford Roxo.