FAB restringe espaço aéreo em terra Yanomami para combater garimpo
Aeronáutica monitora Terra Indígena Yanomami desde a meia-noite desta quarta-feira, . Pistas de pouso da Funai já foram usadas por garimpo
atualizado
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A Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou restrição de espaço aéreo na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, nesta quarta-feira (1°/2). O povo originário sofre com a atuação de garimpeiros que atuam ilegalmente no território.
Uma das formas usadas pelo garimpo para chegar a essa região é usando helicópteros e aviões, a Aeronáutica vai dividir o espaço aéreo em três partes, com diferentes níveis de restrição de voo.
A divisão será composta por uma área reservada (Área Branca); uma área restrita (Área Amarela); e uma área proibida (Área Vermelha). Nesta última, somente as aeronaves envolvidas na Operação Escudo Yanomami 2023 terão acesso autorizado.
A Força Aérea Brasileira planeja, ainda, a instalação de um radar para aumentar “o poder de detecção e controle” na região. As aeronaves radar E-99 e R-99 já estão na região e o alerta de Defesa Aérea de Boa Vista foi reforçado.
Garimpeiros já usaram pista da Funai
Manifestação do Ministério Público Federal (MPF) obtida pelo Metrópoles registra que garimpeiros, por pelo menos duas vezes, usaram uma pista de pouso da Fundação Nacional do Índio (Funai) na terra Yanomami. A situação aconteceu na bases de proteção etnoambiental da Serra da Estrutura, em 2021.
Os servidores da Funai tiraram fotos dos helicópteros que pousaram na pista ilegalmente e relataram ao órgão. Os tripulantes de uma das aeronaves ostentava armas e fizeram ameaças veladas aos funcionários da Funai.
“Com efeito, além dos garimpos próximos aos indígenas, a pista de pouso da Funai tem sido utilizado por garimpeiros para ponto de apoio logístico”, afirma o documento.
“Segundo relato colhido do servidor da Funai […] a tripulação da aeronave de cor preta (fotografia à direta na galeria) pousou na pista de apoio à base e demonstrou ostensivamente portar armas, questionando os servidores da Funai, em ameaça velada, acerca de eventuais necessidades da equipe indigenista responsável pela construção da base”, continua o MPF.