1 de 1 Aeronave KC-390 - recebimento do avião em Anápolis
- Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores anunciaram que dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) poderão ser usados no resgate de brasileiros na Ucrânia, país que sofre invasão militar russa.
Segundo o governo, duas aeronaves KC-390 Millennium estão “de prontidão” para o eventual transporte de brasileiros que tentam deixar a Ucrânia em razão da guerra. Os aviões estão na Base Aérea de Anápolis (GO), mas ainda não há uma data certa para a decolagem.
O espaço aéreo ucraniano está fechado. Cerca de 500 brasileiros vivem no país. Neste sábado (26/2), segundo o Palácio do Itamaraty, 40 brasileiros conseguiram deixar Kiev em um trem. Eles seguirão para a fronteira com a Romênia.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
De acordo com a FAB, aviões do mesmo modelo foram empregados para transportar doações para vítimas da explosão em Beirute, no Líbano, em 2020, e para prestar apoio às vítimas do terremoto do ano passado no Haiti.
A decisão de reservar as duas aeronaves para a finalidade de transportar cidadãos brasileiros foi tomada após o aumento da tensão no Leste Europeu.
Na sexta-feira (25/2), o Ministério das Relações Exteriores reservou 20 assentos em um trem que partiria de Kiev com destino à cidade de Chernivtsi, na fronteira com a Romênia.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.
Já são três dias de luta armada. Ao todo, 198 pessoas morreram e mais de mil estão feridas. O governo ucraniano afirma que 100 mil soldados russos estão no país.
Veja a nota do Ministério das Relações Exteriores na íntegra:
A embaixada do Brasil em Kiev informou que cerca 40 brasileiros logrou embarcar há pouco (11h50 em Brasília) em trem de Kiev para a cidade de Chernivtsi. De lá, seguirão até a fronteira onde serão recepcionados por funcionários da Embaixada do Brasil em Bucareste, que já está em contato com o grupo
Já houve confirmação de que outros brasileiros, acompanhados de outros cidadãos latino-americanos, cruzaram o mesmo ponto da fronteira hoje pela manhã e, nesse momento, estão a caminho da capital romena.
O Itamaraty está coordenando a operação por meio de contato direto com o chefe da estação central de trens de Kiev, das autoridades locais em Chernivtsi e das autoridades migratórias romenas, além de missão enviada pela Embaixada em Bucareste à fronteira.
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