“Extrema-direita capturou as redes sociais”, afirma Moraes sobre o 8/1
Em seminário da Fundação FHC sobre defesa da democracia, ministro disse que “imprensa tem responsabilidade pelo que divulga. As redes, não”
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes declarou que a “extrema-direita capturou todas as redes sociais” para atacar a democracia. A declaração do magistrado aconteceu durante seminário na Fundação Fernando Henrique Cardoso (FHC), em São Paulo, na manhã desta sexta-feira (31/3).
“Nós tivemos, no mundo todo, uma captura pela extrema-direita das redes sociais com uma clara finalidade: o ataque à democracia, a quebra das regras democráticas. De forma absurdamente competente, a extrema-direita primeiro diagnosticou e depois capturou todas as redes sociais”, explicou Moraes.
O ministro destacou que a “captura” das redes sociais também aconteceu na Polónia, Hungria, Itália e nos Estados Unidos. Para o magistrado, a extrema-direita conseguiu diagnosticar a possibilidade dentro das plataformas e passaram a divulgar informações falsas contra a democracia.
“O Brasil sofreu esse ataque massivo à democracia, não foi uma questão brasileira só, nós tivemos no mundo todo uma captura, pela extrema-direita, das redes sociais”, enfatizou o ministro do STF, ao citar os ataques promovidos no dia 8 de janeiro por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Uma das estratégias utilizadas pelos extremistas para atacar a democracia foi a descredibilização da imprensa nacional, segundo o ministro Alexandre de Moraes.
“A extrema-direita domina as redes. É impressionante a incapacidade do restante da sociedade em pelo menos equilibrar. Mas como se iniciou isso? Desacreditando a imprensa. ‘Vamos atacar e desacreditar a imprensa’. A ideia foi: ‘vamos equiparar nossa notícia, a notícia fraudulenta, mentirosa, conhecida como fake news, vamos equiparar desinformação com informação, com a vantagem de que a nossa desinformação é irresponsável, a imprensa tem responsabilidade pelo que divulga. As redes, não'”, destacou Moraes.