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Exposição agro realizada pelo Ibras acende luz de alerta no TCE-RR

Ibras entrou na mira do TCE-RR, por ter realizado a 42ª Exposição-Feira Agropecuária de Roraima, com shows de Safadão e Tarcísio do Acordeon

atualizado

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Expoferr
1 de 1 Expoferr - Foto: Reprodução

Alvo do Supremo Tribunal Federal (STF) por receber quase R$ 3 milhões em emenda do novo orçamento secreto para um projeto de capacitação de mulheres, a Organização não governamental Instituto Brasileiro de Cidadania e Ação Social (Ibras) tem uma ampla cartela de atuação, que inclui até exposições agropecuárias e shows sertanejos.

E é exatamente por conta desse item no cardápio que o Ibras entrou na mira do Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE-RR), por ter promovido a 42ª Exposição-Feira Agropecuária de Roraima (Expoferr).

O evento do agronegócio foi realizado de 14 a 18 de novembro de 2023 e contou com shows de nomes como Wesley Safadão, Tarcísio do Acordeon e Dorgival Dantas. O valor desembolsado pelo governo foi de R$ 16,9 milhões.

Na ocasião, a Corte bloqueou bens do secretário de Agricultura, Márcio Grangeiro, e da empresária Bruna Antony de Oliveira, presidente do Ibras. Os conselheiros entenderam que houve indícios de irregularidades no valor de R$ 3,3 milhões, referentes à “liquidação e ao pagamento supostamente em duplicidade e por serviços não executados relacionados à realização da Expoferr”.

De acordo com a Corte, “a investigação aponta que a verba destinada à Expoferr foi liquidada e paga à empresa Brasil Shows e Eventos, mesmo com fortes indícios de que os serviços foram executados pelo Ibras”. Os bens do secretário e da empresária foram desbloqueados.

Bruna tinha cargo comissionado na Assembleia Legislativa de Roraima até março de 2023, com salário de pouco mais de R$ 3 mil. Ela foi exonerada sete meses antes de, como presidente do Ibras, fechar o contrato para realização do evento por quase R$ 17 milhões.

Além de fazer shows sertanejos, o Ibras firmou contratos com o governo de Roraima para iniciativas como a formação cidadã dos membros da comunidade jovem evangélica (R$ 149 mil) e o desenvolvimento de estudo integrado para modernizar e remodelar o sistema de transporte público do estado (R$ 2,3 milhões).

Presidente do Ibras se manifesta

Procurada pelo Metrópoles, Bruna Antony, presidente do Ibras, explicou que organizações como a que ela comanda “desempenham um papel relevante na garantia de direitos aos cidadãos, alcançando áreas em que, muitas vezes, o poder público enfrenta dificuldades para atuar de forma isolada”.

Ela também justifica que os valores recebidos são aplicados nos projetos. “Assim, embora tenha trabalhado com valores significativos na execução de diversos projetos, a instituição aplica os recursos exclusivamente nas políticas públicas relacionadas às parcerias realizadas com o poder público.”

Sobre a timidez da sede do instituto diante da quantidade de projetos tocados por ele, a presidente alega que, quando é necessário, outros espaços são locados. “Quando há necessidade de espaço físico para atender a demandas específicas, a instituição realiza a locação provisória da estrutura, de forma a atender pontualmente as exigências de cada projeto, contratando, também, equipes de trabalho conforme a finalidade”, justifica.

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