Explosão de Covid lota UTIs de Luziânia, Formosa e 14 hospitais de GO
De 31 unidades de saúde para tratamento de pacientes com a doença em Goiás, dez estão com taxa de ocupação de UTI para Covid acima de 80%
atualizado
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Goiânia – A explosão de casos de Covid-19 aumentou o alerta vermelho, nesta sexta-feira (5/3), na rede de saúde de Goiás. Os Hospitais de Campanha de Formosa e de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, estão entre os 16 no estado sem vaga em unidade de terapia intensiva (UTI) para pacientes com a doença. Sete deles também têm enfermarias lotadas.
Nas UTIs dos 16 hospitais, segundo dados oficiais, 364 pessoas lutam contra as severas complicações do coronavírus. No total, estado tem 31 unidades de saúde, onde estão internadas 620 pessoas com a doença em UTI, de acordo com Boletim Integrado Covid-19. Dez delas estão com taxa de ocupação de UTI acima de 80%.
A lotação de UTIs, por exemplo, já tomou conta das 10 vagas em Formosa e de outras 30 em Luziânia. Os pacientes da região têm que suplicar por leitos em outros locais. Além disso, na enfermaria, o primeiro tem disponíveis 2 das 19 vagas, e o segundo, somente 4 das 45 criadas.
Pressão violenta
É cada vez maior o aumento de demanda dos 246 municípios goianos por uma vaga para socorrer pacientes. Tudo isso impõe uma pressão mais violenta no sistema de saúde. O estado já tem 300 pessoas na fila de espera por leito de UTI ou enfermaria para Covid.
“As vagas são dinâmicas, tem alta [de pacientes] e admissão [de outros] o tempo todo. E, mesmo com as disponíveis no sistema, não significa que não estão comprometidas”, disse o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, ao Metrópoles.
Ele explicou que a operação logística para ocupação dos leitos é complexa. “Às vezes o paciente está em trânsito, o leito está sendo higienizado ou é uma vaga de UTI, mas com perfil que não atende a quem está na fila. A matemática não é algébrica, nem tão óbvia”, asseverou.
Hospitais com UTIs lotadas
De acordo com boletim divulgado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), os 16 hospitais que estão com UTIs para Covid lotadas são:
- Hospital de Campanha de Jataí;
- Hospital Municipal de Senador Canedo;
- Hospital de Campanha de Itumbiara;
- Hospital de Urgências de Trindade;
- Hospital Municipal de Mineiros;
- Hospital de Campanha de Goiânia;
- Hospital de Campanha de Formosa;
- Hospital de Campanha de Luziânia;
- Hospital Municipal de Rio Verde;
- Hospital Estadual de Jaraguá;
- Hospital Nars Faiad, em Catalão;
- Hospital Ortopédico de Goiânia;
- Hospital Gastro Salustiano, em Goiânia;
- Santa Casa da Misericórdia de Goiânia
- Hospital Jacob Facuri, em Goiânia;
- Hospital Clínica do Esporte, em Goiânia
Sem vagas em enfermarias
Segundo o boletim integrado, as enfermarias para Covid-19 de sete hospitais também estão lotadas. Veja abaixo:
- Hospital de Jataí;
- Hospital de Urgências de Trindade;
- Hospital Estadual de Jaraguá;
- Hospital de Campanha de São Luís dos Montes Belos;
- Hospital Gastro Salustiano, em Goiânia;
- Santa Casa de Misericórdia de Goiânia;
- Hospital Jacob Facuri, em Goiânia.
À beira do colapso
A situação drástica da rede hospitalar no estado beira ao colapso, segundo o secretário. “Colapso é quando não existe leitos nem mesmo em interior, nem de enfermaria ou de sala vermelha”, explicou. No total, 1.320 cirurgias eletivas foram suspensas para não haver risco de ocupação de mais leitos.
Além disso, as equipes da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SESGO) precisam fazer um pente-fino nos pedidos que chegam ao complexo de regulação, para avaliar a real necessidade de leitos em UTI ou em enfermaria.
“Está acontecendo, com frequência, a seguinte situação. O paciente chega à unidade no interior, [os médicos] diagnosticam Covid e, ato contínuo, já pedem UTI. Às vezes, o paciente está com quadro clínico que poderia continuar seu tratamento em enfermaria onde está”, ressaltou Alexandrino.
Em Goiás, de acordo com monitoramento da SES, já foram registrados 408.707 casos de Covid-19, com 8.777 mortes. Outros 253 óbitos estão em investigação. A taxa de letalidade da doença está em 2,15%.