Execução de médicos no Rio: quem são os suspeitos encontrados mortos
Quatro corpos foram encontrados em um carro na quinta-feira (5/10) a noite, após a execução dos médicos no Rio de Janeiro
atualizado
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Dois de quatro corpos suspeitos pela execução de três médicos em um quiosque no Rio de Janeiro, encontrados pela polícia no fim da noite da última quinta-feira (5/10), foram identificados. Os corpos seriam de Philip Motta e Ryan Nunes de Almeida. Saiba mais sobre quem eram os dois suspeitos.
Ainda ontem, as autoridades do Rio de Janeiro fizeram um pronunciamento sobre o caso, onde concordam em resolver o crime “o quanto antes”. Os médicos serão enterrados em São Paulo e na Bahia.
Segundo informações da polícia, Motta seria membro do Comando Vermelho (CV), e era conhecido por Lesk. Ele teria migrado para o CV após a invasão da facção na comunidade da Gardênia Azul.
As facções que ele já integrou são conhecidas por cometerem assassinatos no Rio de Janeiro e estão ligadas ao tráfico.
Lesk estava foragido, e teve sua prisão decretada por associar-se ao tráfico há quatro anos. Ele foi responsável por comandar a invasão e tomada de poder por traficantes na comunidade Gardênia Azul, no bairro Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Já Ryan Nunes de Almeida, o segundo identificado, seria membro o grupo liderado por Motta, chamado de “Equipe Sombra”.
Entenda o caso
A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) segue a linha de investigação de que o médico Perseu Ribeiro Almeida teria sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do Dalmir Pereira Barbosa, apontado como chefe da milícia de Rio das Pedras.
O miliciano estava preso desde 2020, quando foi alvo de uma investigação sobre a atuação de milícias em bairros da Zona Oeste carioca, e deixou a cadeia em 22 de setembro deste ano. O criminoso mora nas proximidades do quiosque e seria o verdadeiro alvo da execução.
O grupo de Taillon estaria em guerra com o Comando Vermelho pelo controle de bairros da região. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o criminoso seria responsável pelo transporte alternativo de vans e mototáxi, além de serviços básicos, como fornecimento de água, gás e TV a cabo em Rio das Pedras.
Em um grampo da PCRJ, uma das principais provas da investigação, é possível ouvir a conversa entre traficantes sobre a execução de Taillon, que supostamente estaria no Quiosque da Naná.
Na gravação um homem diz: “Acho que é Posto 2, v…”. Ouça:
O áudio foi divulgado inicialmente pelo portal G1, e a história foi confirmada pela reportagem do Metrópoles.
Informações preliminares indicam que o homem que fala no áudio seria o traficante Juan Breno Malta, mais conhecido como BMW, braço-direito de Philip Motta, o Lesk, ex-integrante da milícia Gardênia Azul e, agora, membro do Comando Vermelho.
Na conversa, interceptada pelos investigadores, o traficante tentava localizar o quiosque onde supostamente o miliciano estaria. No local do crime, a perícia recolheu 33 estojos de pistola calibre 9 milímetros.
Quem são as vítimas de execução
O ataque foi próximo a um quiosque na altura do Posto 4. Testemunhas viram um grupo sair de um carro e atirar contra os médicos. Veja o momento da execução dos médicos.
Os profissionais de medicina mortos são especializados em ortopedia e foram identificados como Perseu Ribeiro de Almeida, 33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Um quarto médico foi alvejado. Daniel Sonnewend Proença, 33, que está internado no Hospital Municipal Lourenço Jorge. Veja mais sobre quem são as vítimas.
Corsato, que faria 63 anos na semana que vem, era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele morreu na hora.
Diego Bonfim era especialista em reconstrução óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina e irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSol-SP).
Perseu de Almeida, que completou 33 anos na terça-feira (3/10), nasceu na Bahia e fazia especialização em São Paulo. Ele era especialista em cirurgia do pé e tornozelo também pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP e morreu na hora.
Por meio de nota, a USP lamentou o ocorrido, e a Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT) repudiou o crime, além de pesar pela morte dos profissionais, e ressaltou a preocupação com a escalada violenta no país. Veja mais sobre quem são as vítimas.