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“Execução de testemunha”: PMGO afastou em abril comandante de grupo

Tenente-coronel Edson Melo foi afastado de comando após série de polêmicas. Grupo fala em vídeo sobre “execução de testemunha”

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Frame do vídeo em que integrantes da PMGO falam em execução de testemunha
1 de 1 Frame do vídeo em que integrantes da PMGO falam em execução de testemunha - Foto: Reprodução

O tenente-coronel Edson Melo, conhecido como Edson Raiado, foi afastado da chefia do Comando de Operações de Divisas (COD) em abril deste ano, em meio a uma série de polêmicas envolvendo a Polícia Militar de Goiás (PMGO).

Um vídeo de um treinamento do COD divulgado em reportagem do Metrópoles nesta sexta-feira (21/6) mostra policiais cantando uma música que faz apologia a execução e sugere matar testemunhas.

Já o afastamento de Edson aconteceu por causa de outro vídeo, que mostra um possível confronto forjado que terminou com duas mortes durante uma ocorrência em Goiânia. Após o episódio, o oficial se tornou segurança de Pablo Marçal.

Um policial do COD foi filmado pedindo para o motorista de um carro abordado colocar a mão na cabeça e, em seguida, atirando contra o homem rendido. A ocorrência aconteceu no dia 1º de abril.

A gravação mostra ainda o PM tirando uma arma de dentro de uma sacola e disparando. Essa mesma arma teria sido apresentada como se fosse dos baleados pela Polícia Militar na ocorrência.

Crise interna  na PMGO

Logo após a saída de Edson, vários comandos dentro da PM de Goiás foram trocados. A instituição vive uma crise interna, principalmente depois da investigação da Polícia Civil que revelou a participação de policiais militares no assassinato do ex-coordenador do antigo DEM em Anápolis Fábio Alves Escobar Cavalcante.

Ele foi executado em uma emboscada, em 2021, mas as investigações só foram concluídas no ano passado. Segundo o inquérito da Polícia Civil, Escobar foi morto por causa de denúncias que fazia sobre um esquema de corrupção no partido em Anápolis.

Outras sete pessoas morreram nos dias seguintes, como queima de arquivo, segundo a denúncia do Ministério Público.

De acordo com a apuração, o crime foi encomendado pelo ex-presidente do DEM na cidade Cacai Toledo, preso no começo do mês. Ainda segundo o inquérito, Cacai teria contado com a ajuda de Jorge Caiado, primo do governador de Ronaldo Caiado, para conseguir contratar os policiais assassinos.

Dez PMs foram presos por suspeita de envolvimento no crime – alguns deles já foram soltos.

Durante as diligências, dois oficiais que já fizeram parte do alto escalão da PM de Goiás revelaram em depoimentos que foram abordados por Cacai com a sugestão de cometer o assassinato de Escobar, mas teriam negado a empreitada.

Vídeo polêmico

Policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD), batalhão especial da PM de Goiás gravaram um vídeo durante um treinamento em que cantam uma música que faz apologia à execução de “bandidos” e incentiva a “caça” de testemunhas. O episódio ocorreu enquanto Edson era comandante do batalhão.

“Matar o bandido, acende uma vela, bota ele na mala, eu vou pra estrada velha. Eu tenho uma notícia e um corpo baleado. E a testemunha, aponta o caçador, eu quero a testemunha na sexta-feira à tarde. Eu tô de viatura, caçando esse covarde. Se eu pego, atiro sem dó nem compaixão. Minha emoção é zero, o verdadeiro inferno”, diz trecho da canção, cantada no estilo jogral.

Veja:

Edson é o oficial que declara ter matado o bandido Lázaro Barbosa em 2021, no Entorno de Brasília, e que recentemente voltou a aparecer na imprensa como segurança particular do pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB).

Além disso, Edson é ex-chefe de segurança do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).

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