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Exclusivo: documentos do MPRJ sobre ação no Jacarezinho foram apreendidos na comunidade

Relatório com informações sobre a operação no local estava em poder dos traficantes, o que indica vazamento dos planos da Polícia Civil

atualizado

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Reprodução/Arquivo pessoal
André Frias, policial civil morto em operação no Jacarezinho, Rio de Janeiro
1 de 1 André Frias, policial civil morto em operação no Jacarezinho, Rio de Janeiro - Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Rio de Janeiro – Documentos sobre a investigação da Polícia Civil que resultaram na Operação Exceptis foram apreendidos com criminosos da favela do Jacarezinho, na zona norte do Rio. A identificação dos relatórios, com o timbre do Ministério Público do Rio, em poder dos criminosos indica, para a polícia, que houve vazamento dos planos operacionais da corporação, que terminou com 25 pessoas mortas nesta quinta-feira (6/5) – um dos mortos é o policial civil André Frias (foto de destaque). O Metrópoles teve acesso com exclusividade ao material.

Veja:

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Desde junho do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”, após comunicação e justificativa ao Ministério Público, exatamente os documentos que foram apreendidos na favela durante a ação.

O suposto vazamento pode ter contribuído para que os criminosos montassem um plano de defesa e ataque aos policiais, resultando no número recorde de mortes, alega a polícia.

Em nota, o Ministério Público informou que os documentos estavam públicos: “O MPRJ esclarece que foi ajuizada ação penal pública 0158323-03.2020.8.19.0001, com oferecimento de denúncia nos autos do Inquérito Policial nº 025-01696/2020, em 22/4/2021, sendo recebida no dia 28/4/2021 pelo Juízo da 19ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, oportunidade em que foi suspenso o sigilo do processo, tornando públicas todas as peças processuais”.

Mais letal

Levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado mostra que a operação foi a mais letal da história do Rio de Janeiro. Em nota, o governo do Rio lamentou as mortes. “A ação foi pautada e orientada por um longo e detalhado trabalho de inteligência e investigação, que demorou dez meses para ser concluído. Para garantir a transparência e a lisura da operação, todos os locais de confrontos e mortes foram periciados. É lastimável que um território tão vasto seja dominado por uma facção criminosa que usa armas de guerra para oprimir milhares de famílias”, diz o texto.

O delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada, também lamentou as mortes, mas afirmou que os suspeitos mortos tinham envolvimento com crimes como tráfico de drogas, roubos e homicídios, além de aliciarem crianças e adolescentes.

“A DPCA estava fazendo investigação há 10 meses. O tráfico estava aliciando menores. Durante a investigação, a gente identificou uma série de crimes cometidos, sequestro de composições da SuperVia, execução de pessoas pelo Tribunal do Crime e as famílias sem ter direito de enterrar seus mortos e registrar em delegacia”, explicou Curi.

De acordo com a polícia, 24 suspeitos de envolvimento com facção criminosa também morreram baleados, sendo que três deles eram alvos dos 21 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Um policial civil também morreu.

“A gente fez o nosso papel ao cumprir os mandados de prisão. Cada instituição tem o seu papel. A única execução que houve na operação foi a do policial”, disse o delegado Felipe Curi.

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