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Ex-vice da Caixa é demitido após denúncias de assédio sexual e moral

Antônio Carlos Ferreira de Sousa foi demitido por justa causa nesta sexta-feira (22/11), após conclusão de investigação na CGU

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Imagem colorida do ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Antônio Carlos Ferreira de Sousa - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida do ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal Antônio Carlos Ferreira de Sousa - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes sociais

O ex-vice presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Antônio Carlos Ferreira de Sousa (foto em destaque) foi demitido nesta sexta-feira (22/11) por justa causa, em decorrência de denúncias de assédio sexual e moral. A punição foi aplicada após a conclusão do processo de investigação instaurado pela Caixa. A própria CEF o encaminhou para a Controladoria-Geral da União (CGU), que determinou a demissão.

Antônio Carlos Ferreira era funcionário de carreira da Caixa desde 1989. Em 2003, foi cedido ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), onde ficou até 2018. Em 2021, foi nomeado vice-presidente de Logística e Operações do banco, durante a presidência de Pedro Guimarães. A demissão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta.

O caso surgiu após o Metrópoles revelar episódios de assédio sexual na Caixa entre 2021 e 2022. Os atos, segundo a CGU, ocorreram nas vice-presidências de Estratégia e Pessoas (Viepe) e de Logística e Operações (Vilop) e foram denunciados por meio do canal Contato Seguro da Caixa.

As denúncias, conforme o investigado pela Controladoria, apontavam perseguições a empregados, destituições de funções sem justificativa e práticas reiteradas de assédio sexual.

“Diante da gravidade das acusações e da relevância do cargo envolvido, a apuração foi conduzida pela Corregedoria-Geral da União, que confirmou a veracidade dos relatos. De acordo com a investigação, o assédio moral se manifestava por meio de tratamento desrespeitoso, humilhações constantes, ameaças e constrangimento aos trabalhadores. Já o assédio sexual incluía condutas como elogios inadequados, insinuações de cunho sexual e convites insistentes, gerando intimidação e desconforto às vítimas”, informa a CGU em nota.

Segundo a CGU, a decisão “reforça o compromisso com a criação de um ambiente de trabalho respeitoso e a adoção de medidas firmes contra condutas abusivas. O caso destaca a importância de canais de denúncia e de investigações rigorosas para combater práticas incompatíveis com os valores institucionais”.

Procurada via assessoria de imprensa, a Caixa reiterou “que não tolera nenhum tipo de assédio por parte dos seus dirigentes ou empregados e que, após as denúncias, iniciou apurações sobre o caso por meio de sua Corregedoria”.

Com a finalização das investigações feitas dentro dos ritos do governança, o banco enviou o relatório conclusivo à Controladoria Geral da União (CGU) em outubro de 2023. O ex-dirigente já estava afastado do cargo desde julho de 2022.

“Com a ciência da decisão da CGU, a Caixa iniciará as providências devidas para o cumprimento”, completou o banco.

E completou: “A Caixa aprimora constantemente sua governança para investigar denúncias, proteger denunciantes e colaboradores do banco, bem como a própria instituição”.

Relembre o caso de assédio na Caixa

O então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi alvo de diversas denúncias de casos de assédio moral e sexual praticados por ele contra funcionários do banco.

A primeira reportagem do Metrópoles, publicada em 28 de junho, revelava uma série de casos de assédio.

A partir dos depoimentos de cinco mulheres subordinadas a ele, a reportagem revelou toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, absolutamente incompatíveis com a liturgia esperada na relação entre o presidente do maior banco público do Brasil e funcionárias que trabalhavam nos arredores de seu gabinete.

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