Ex-The Voice Júlia Rocha é vítima de ataques racistas no Facebook
A agressão foi motivada por causa de post referente ao caso do também médico que ironizou um paciente humilde com uma foto com a legenda “Não existe peleumonia e nem raôxis”
atualizado
Compartilhar notícia
A médica Júlia Rocha, famosa por sua participação no programa “The Voice Brasil”, sofreu ataques racistas no Facebook. A agressão foi motivada por causa de post referente ao caso do também médico Guilherme Capel Pasca, que ironizou um paciente humilde com uma foto legendada “Não existe peleumonia e nem raôxis” nas redes sociais.
Na sexta (29/7), Júlia disse: “Existe peleumonia. Eu mesma já vi várias. (…) Eu tô aqui pra mode atestá. Quem sabe o que tem é quem sente. E eu quero ouvir ocê desse jeitinho. Mode a gente se entendê. Por que pra mim foi dada a chance de conhecê as letra e os livro. Pra você, só deram chance de dizê. Pode dizê. Eu quero ouvir”.
Foi o bastante para que a médica recebesse uma série de xingamentos. Um internauta publicou uma imagem da médica em sua página pessoal com a seguinte legenda:
“Essa ‘entidade’ da foto se apresenta ao mesmo tempo como médica especialista em medicina da família e comunidade, preceptora de residentes e cantora. Foi ela quem atacou o guri que fez a postagem sobre “PELEUMONIA” e perdeu o emprego na Santa Casa… Conheço o tipo… Esse é o tipo de gente que sai escrevendo que ‘agora é a vez da senzala’ e ‘a casa grande não admite’. Essa aberração NÃO é médica, nem preceptora, nem cantora, nem p.. nenhuma – é bandida petista!”.
“Com vergonha da cor, essa tribufu oxigena a juba para parecer menos negra. Típico de esquerdista e mal amada”, disse uma mulher.
Outros fizeram referência à política: “Até o jaleco é vermelho. Vermelha até a alma”.
Júlia Rocha denunciou o ataque no Facebook, mas apagou a postagem na manhã desta segunda (1).
“Eu não ia dizer nada, mas tem uma criança preta muito amada crescendo aqui dentro de mim que não me deixa ficar calada. Eu fiz uma postagem escrevendo da forma como os meus pacientes me contam suas dores. Não citei nomes, não julguei. Apenas dei testemunho de como nós, médicos de família e comunidade tratamos nossos pacientes. Agora a noite, recebi a ligação de uma prima me dizendo que um homem do sul havia postado ofensas racistas contra mim. Meu coração chega a doer só de pensar que esse é o mundo que minha filha ou meu filho viverá. Estou em choque”, afirmou.