Ex-senador alega que não tomou vacina clandestina, mas família, sim
Os nomes dos familiares estavam na lista encontrada no escritório de Rômulo Lessa, que admitiu ter organizado a vacinação clandestina
atualizado
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O ex-senador Clésio Andrade admitiu, em depoimento à Polícia Federal, na tarde desta quarta-feira (14/4), ter pago R$ 3,6 mil para que os seus familiares pudessem tomar a vacina clandestina oferecida pela falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, e promovida pelos irmãos Lessa, empresários do ramo de transportes de Minas Gerais. As informações são do G1.
O ex-senador disse que foi até o local da vacina ilegal, porém alegou não ter sido imunizado.
No caso, também são investigados os familiares de Clésio Andrade, entre os quais dois irmãos, uma irmã e a enteada. Os nomes dessas pessoas estavam na lista encontrada no escritório de Rômulo Lessa, responsável por ter organizado a vacinação clandestina na empresa de transportes.
O ex-senador também afirmou, em nota, divulgada, que, “durante conversa telefônica com um amigo, sobre temas do transporte, tomou conhecimento da disponibilidade de vacina da farmacêutica Pfizer, mas não se interessou”.
Porém, de acordo com o político, a sua mulher, Gisa Andrade, quis se vacinar, por ser portadora de doença crônica.
“Clésio Andrade esclareceu que sua mulher contatou seus irmãos e pagou R$ 3,6 mil para que pudessem receber o ‘imunizante'”, disse a nota.
Informações apontam ainda que a falsa enfermeira cobrava R$ 600 por dose. Clésio pagou para a mulher, a enteada, dois irmãos e uma irmã, o que totalizaria R$ 3 mil. O valor total desembolsado daria para pagar doses para seis pessoas. O ex-senador ainda diz que cinco da família se imunizaram.
Dia da vacinação
Na data da vacinação, marcada para o dia 23 de março, na garagem da família Lessa, o ex-senador acompanhou Gisa até o local.
“Ele disse que, novamente, recebeu oferta de tomar a injeção, mas recusou. Gisa recebeu a aplicação e logo em seguida eles entraram no carro e foram embora. Andrade esclareceu que não encontrou com seus irmãos e não sabe se eles tomaram a injeção”, disse a nota.
Segundo investigação da PF, todos os envolvidos podem ter recebido vacinas falsas contra a Covid-19.