Ex-presidente do PT após reunião de Lula e Marta: “Caminho está posto”
Marta Suplicy se reuniu com Lula nesta segunda, em meio a negociações para ela ser vice de Boulos (PSol) na disputa pela Prefeitura de SP
atualizado
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Ex-presidente do PT, o deputado federal Rui Falcão (SP) afirmou nesta segunda-feira (8/1) que o “caminho está posto” para a volta de Marta Suplicy para a legenda, e salientou que a escolha “depende agora da decisão dela”.
Falcão, que foi presidente do partido entre 2011 e 2017, participou de reunião esta manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Marta, no Palácio do Planalto.
Marta Suplicy (sem partido) é cotada para voltar ao PT e ser vice do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2024. Atualmente, ela está sem partido e é secretária de Relações Internacionais do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que deverá disputar a reeleição este ano.
“Essa decisão vai caber a ela. A prerrogativa de indicar o vice do Boulos ficou combinado que é do PT, e o diretório disse que preferencialmente (será) uma mulher, não era obrigatório. O caminho está posto, a decisão agora é dela”, declarou Falcão à imprensa, após a reunião.
O encontro da ex-petista com Lula não estava previsto inicialmente na agenda do presidente da República, mas foi incluído em uma atualização. Além de Falcão, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara dos Deputados, participou do encontro o esposo de Marta, o empresário Márcio Toledo.
Sem detalhar o que foi debatido no encontro, Falcão defendeu que está otimista sobre uma decisão favorável à filiação de Marta. Ele explicou, no entanto, que um anúncio não deve sair ainda nesta segunda-feira. “Não, filiação cabe ao PT, nem a mim, nem ao Lula”, frisou.
Chapa com Boulos em 2024
Ainda na campanha presidencial de 2022, Lula se comprometeu a apoiar o nome do ex-presidenciável Guilherme Boulos para a disputa para prefeito de São Paulo, indicando apenas o candidato a vice.
A ex-prefeita de São Paulo já conversou com o presidente sobre o assunto, mas ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto – o que tem deixado petistas esperançosos e Nunes apreensivo. O atual prefeito deverá contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha.
Para aliados de Marta, não faria sentido que ela mantivesse o apoio a Nunes, por quem tem apreço pessoal, se ele estiver disposto a dividir o palanque com Bolsonaro — segundo aliados do ex-presidente, ele deve indicar o candidato a vice na chapa do prefeito.
A política deixou o PT em 2015, quando migrou para o MDB. Em 2018, foi para o Solidariedade e, desde 2020, está sem partido.
Quando saiu do PT, ela rompeu relações com diversos caciques, incluindo o próprio Lula, e criticou a legenda publicamente diversas vezes. A reaproximação ocorreu durante o governo Bolsonaro e, em 2022, contra a reeleição do então presidente, ela decidiu apoiar o petista.
A própria Marta, que foi senadora pelo MDB junto da atual ministra do Planejamento, Simone Tebet, desempenhou papel importante na aproximação da emedebista com a campanha petista nas eleições passadas. Foi na casa da ex-prefeita, por exemplo, que o petista se reuniu com Tebet em um almoço para selar a aliança no segundo turno.