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Ex-moradora do DF diz ter engravidado de João de Deus após abuso

Aos 16 anos, ela trabalhava na corrente de oração da Casa Dom Inácio. Ao procurar o médium, ele teria dado um remédio para abortar o bebê

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Reprodução/TV Globo
Casa Dom Inácio de Loyola
1 de 1 Casa Dom Inácio de Loyola - Foto: Reprodução/TV Globo

Uma ex-moradora de Taguatinga afirmou ter engravidado do médium João de Deus após sofrer abuso sexual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia. A comerciante, de 53 anos, disse que o líder espiritual deu um remédio para ela abortar o bebê.

A vítima relatou ter 16 anos na época do fato. Ana Maria Azevedo era prestadora de serviço do local e sofreu o abuso três meses após iniciar o trabalho. “Uma amiga minha que me levou para conhecer o João de Deus. Aí, eu fui para lá trabalhar com ele na corrente. Com três meses, ele abusou de mim. Tirou minha roupa, minha peça íntima de baixo, a de cima não. Ele fez o que fez e eu peguei uma gravidez dele”, relatou à TV Globo.

Ela morava em Taguatinga, quando tudo ocorreu, e voltou para casa. Meses depois, quando a barriga começou a crescer, retornou ao centro espírita com o pedido de ajuda. “Ele falou assim: ‘Não! Eu vou te dar um remédio’. Eu pensei que o remédio era uma garrafada para fazer um tratamento, mas ele me deu um remédio para matar a criança, para eu não complicar a vida dele.”

Hoje, ela mora em Uberaba (MG) e teve coragem de denunciar: “Ele falou que ia me matar se eu falasse alguma coisa”, completou.

Entenda o caso
Desde a madrugada de sábado (8/12), quando as primeiras mulheres fizeram as denúncias de abuso contra o médium no programa Conversa Com Bial, da Rede Globo, mais de 450 denúncias foram protocoladas em ministérios públicos de 10 estados e do Distrito Federal.

Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do Ministério Público de Goiás, Luciano Miranda Meireles avalia que as denúncias de abuso sexual envolvendo o líder espiritual João Teixeira de Faria têm potencial para alcançar uma dimensão maior do que a do caso de Roger Abdelmassih.

O pedido de prisão protocolado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) no fórum de Abadiânia contra João de Deus abriu um novo capítulo no escândalo sexual envolvendo o médium. Na quarta-feira (12), após aparecer publicamente pela primeira vez desde que as denúncias vieram à tona, o “cirurgião” espiritual permaneceu apenas sete minutos na Casa Dom Inácio de Loyola e saiu de carro rumo a paradeiro incerto.

João de Deus aparece pela primeira vez em público após escândalo:

 

O processo contra o religioso corre em segredo, e decisão desfavorável a uma eventual prisão caberá à Vara Criminal de Abadiânia, vinculada ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

Os promotores do caso e o TJGO não informaram quando o pedido de prisão provisória será analisado. A expectativa, no entanto, mantém Abadiânia sob alerta – a cidade no Entorno do Distrito Federal está receosa com o impacto que uma possível ida de João de Deus para a cadeia traria para a economia do município, movida pelo turismo espiritual de seguidores em busca da cura prometida por João de Deus.

O médium é dono de uma fortuna milionária e possui negócios diversificados em várias modalidades de investimentos, que vão de imóveis a garimpo. O líder espiritual se divide entre Abadiânia, onde atende três vezes por semana, e sua residência, localizada na Rua Everton Batista, em um dos bairros mais antigos de Anápolis (GO). Ele ainda possui muitos imóveis em municípios goianos e em outras cidades no Brasil.

O médium negou as denúncias, falou que é inocente e admitiu estar “na mão da lei”. Ele foi embora do centro espírita, conforme informou a assessora Edna Gomes, após ter um pico de pressão.

Advogado de João de Deus, Alberto Toron confirmou que o pedido de prisão foi feito, mas disse desconhecer o teor do documento. “Sem conhecer, não tenho como me contrapor a ele”. O defensor reafirmou ter comunicado oficialmente às autoridades que seu cliente segue à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos.

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