Ex-morador de rua conhecido por adotar cães é assassinado em Goiânia
Zé Ananias foi morto com golpes de facão na casa construída no terreno que ele tinha ganhado há poucos anos. Um suspeito foi preso
atualizado
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Goiânia – Querido pela comunidade, o ex-morador de rua José Ananias Ferreira, de 62 anos, foi assassinado de forma bárbara na noite do último domingo (10/4), na região do Morro do Mendanha, região oeste da capital de Goiás.
Ananias era muito conhecido por viver rodeado dos cães que adotava. Ele morou durante mais de dez anos debaixo de uma ponte no Setor Campinas, bairro tradicional de Goiânia. Em 2019, o idoso ganhou um lote no Morro do Mendanha, onde construiu sua casa e morreu.
O amor dos bichos com Ananias era tamanho, que no momento da retirada do corpo dele, o Corpo de Bombeiros teve dificuldade de se aproximar, porque os cachorros não permitiam.
Motivo fútil
Dois homens são suspeitos de ter matado Ananias: o pedreiro Salatiel Marinho, de 29 anos, que foi preso três dias após o crime, e Joseli Soares, de 49, que continua sendo procurado pela polícia.
Segundo investigação inicial, o motivo do assassinato foi fútil. Joseli estaria morando de favor no terreno da vítima. No entanto, Ananias teria mandado ele ir embora, porque estaria insatisfeito com visitas constantes de usuários de drogas.
Já Salatiel, teria uma implicância com Ananias porque este não deixou que o outro realizasse um reparo em um cano de água que passaria pelo terreno dele.
Versões
Para a polícia, Joseli e Salatiel se uniram para matar Ananias. Já Salatiel diz que Ananias o atacou com um facão e que teria tomado a arma e esfaqueado ele para se defender. Na sequência, Joseli teria pegado o facão e dado mais golpes na vítima.
A Polícia Civil divulgou a identidade dos suspeitos para conseguir informações que ajudem na investigação. Salatiel é assistido pela Defensoria Pública, que pediu o relaxamento da prisão por considerar que não havia mais flagrante, que ele é primário, sem antecedentes e com residência fixa.
O Tribunal de Justiça de Goiás não acatou o pedido da defesa e a prisão foi transformada em preventiva nesta quinta-feira (14/4). Joseli ainda não havia sido localizado até o início da tarde desta quinta.